A emissão de gases de efeito estufa provenientes da fermentação entérica dos ruminantes contribui para o agravamento do clima mundial e traz sérias consequências para o meio ambiente. O uso de aditivos na dieta desses animais pode trazer vantagens como a redução de perdas metabólicas pelas vias de síntese de metano e melhorias no balanço energético de ácidos graxos voláteis originados a partir da dieta consumida.
As metodologias utilizadas para avaliar as emissões de gás metano de um sistema produtivo podem ser expressas na forma de resultados brutos coletados diretamente dos animais ou também de maneira relativa, em função da melhoria da eficiência produtiva de manejo. No caso de eficiência produtiva, os resultados da redução total de gases entéricos devem ser analisados em função da quantidade de consumo de matéria seca ingerida ou então do ganho de peso vivo do animal. Portanto, não basta apenas reduzir a quantidade total do volume de gases entéricos emitidos para o meio ambiente, mas também avaliar os padrões de consumo de matéria seca e desempenho no ganho de peso vivo dos animais.
O uso de aditivos zootécnicos de qualidade, além de garantir a segurança na dieta do animal, promove a redução das emissões de gases entéricos para o meio ambiente, com o mesmo consumo de matéria seca e melhorias nos índices zootécnicos. Diante disso, como esse processo metabólico pode ocorrer no rúmen dos animais?
Para responder a esta dúvida, a Premix realizou um estudo científico para avaliar os efeitos metabólicos do aditivo natural Fator P, através da produção dos principais ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) no rúmen e, também, a quantificação da população de microrganismos metanogênicos em animais tratados com o aditivo ao logo de 365 dias mantidos sob pastagem.
O Fator P, que foi desenvolvido e aprimorado há mais de 20 anos, é composto por aminoácidos, minerais orgânicos, simbióticos e ácidos graxos essenciais. Atualmente, o produto é uma solução segura para a substituição aos aditivos convencionais como ionóforos e antibióticos, para o aumento dos índices zootécnicos, para a redução da emissão de gases provenientes da fermentação entérica e o fortalecimento da saúde intestinal e imunológica dos animais.
A pesquisa mostrou que os resultados das análises de AGCC apresentaram aumento médio de 15,2% (p<0,0001) em comparação com os animais do grupo controle. Dentre os principais, foi verificado o aumento de 13,3% do acetato (p<0,001); 14,7% do propionato (p=0,0003) e 18,4% do butirato (p=0,0001). A produção desses ácidos é resultado de um complexo de vias metabólicas fermentativas que, após serem absorvidos pelas papilas ruminais, serão responsáveis pela geração de energia do metabolismo bioquímico celular, pela manutenção de toda energia basal e vital dos animais, da síntese proteica, do acúmulo de gordura e pela produção de leite.
Nos ensaios de biologia molecular, a quantificação da população de microrganismos metanogênicos foi realizada pela metodologia de PCR (Polimerase Chain Reaction) em tempo real. A diferença dos resultados do grupo de animais tratados com o aditivo natural e do grupo de animais não tradados com o aditivo mostrou redução de 29,9% na população de microrganismos metanogênicos (p=0,0022).
Em geral, os resultados mostraram que, ao contrário dos aditivos tradicionais, o Fator P aumentou a produção dos três principais metabólicos sintetizados no rúmen (acetato, propionato e butirato) e reduziu de maneira direta a população dos microrganismos metanogênicos. Neste caso, podemos concluir que o aditivo melhorou as vias metabólicas bioquímicas ruminais, aumentou o balanço energético do metabolismo ruminal e reduziu as perdas metabólicas pelas vias metanogênicas. Ou seja, na prática, os animais tiveram maior disponibilidade de energia para as suas funções vitais de crescimento e produção, aproveitaram melhor todo o conteúdo consumido pela dieta e também emitiram menor volume de gás metano para o meio ambiente.
Além disso, o trabalho mostrou que o aditivo natural teve efeito prolongado com ação sobre os microrganismos ruminais ao longo dos 365 dias de tratamento. Isso indica que o produto não induziu resistência microbiana e se manteve com ação biológica prolongada no ecossistema ruminal. Esses resultados sugerem que o produto oferece segurança e não gera riscos de contaminação da água e solo através dos dejetos dos animais lançados para o meio ambiente e em biodigestores.
Portanto, trabalhar de forma sustentável apenas com o discurso de redução de metano não paga a conta do pecuarista. Dessa forma, é necessário um aditivo que esteja de acordo com os conceitos, características e necessidades que o mercado atual exige, associando segurança, produtividade, rentabilidade e sustentabilidade para todas as cadeias da agroindústria.
Por Luis Eduardo Ferreira, biomédico, doutor em Biotecnologia e analista de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação na Premix.