A instalação das estações meteorológicas que vão monitorar a deriva do 2,4 D começou hoje na última quarta-feira, 22, no Rio Grande do Sul. As duas primeiras estão localizadas em olivais dos municípios de Pinheiro Machado e Piratini. A instalação é uma parceria da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) com o Ministério Público Estadual (MPE), através da Promotoria do Meio-Ambiente.
As estações fazem parte do inquérito do 2,4 D, instaurado pelo Ministério Público Estadual (MPE) no ano passado. Elas vão captar os dados atmosféricos para gerar os alertas meteorológicos de deriva, das condições adequadas ou inadequadas de aplicação dos agrotóxicos hormonais.
“As estações vão captar os dados de temperatura, vento, umidade, radiação, chuva, entre outros, que vão permitir saber, em tempo real, se houve condições de deriva do 2,4 D”, afirma Flávio Varone, meteorologista da Secretaria. Além disso, os dados gerados vão permitir também estudos mais específicos, como pesquisas na área de olivicultura.
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No total são 20 estações, construídas através de acordo com recursos de uma empresa de agrotóxicos, e em parceria com produtores, universidades e prefeituras, que cedem o local de instalação.
“Estamos fazendo um esforço conjunto para que possamos auxiliar os agricultores gaúchos a fazer a aplicação correta dos defensivos agrícolas. Estas estações vão colaborar com o monitoramento e trazer mais segurança ao cultivo nas lavouras do estado”, afirma o secretário Covatti Filho.
De acordo com o promotor do Ministério Púbico Estadual, Alexandre Saltz, “para o MP o início da operação das estações é um grande avanço, não apenas porque representa o produto de um acordo que foi construído durante uma árdua negociação envolvendo o uso do herbicida hormonal 2,4 D no Estado, mas também porque vai qualificar a prestação de informações à sociedade, aos produtores rurais e vai qualificar os processos de fiscalização e controle do uso de agrotóxicos no Rio Grande do Sul’.
Entre as principais culturas sensíveis ao 2,4 D estão a macieira, videira, oliveira, nogueira-pecã, erva-mate, tomate e hortaliças. Nesta safra, das 171 amostras coletadas em 54 municípios para detecção do 2,4 D, 87,13% deram resultado positivo. No ano passado, o índice foi de 85,2%, mas em uma amostra menor, de 81 análises.
Várias instruções normativas já foram publicadas pela Secretaria da Agricultura desde o início das denúncias de deriva do 2,4 D no estado em 2019, regulamentando e instituindo processos, como o curso de aplicadores de agrotóxicos, o cadastro de aplicadores, a venda orientada do produto e a declaração de uso.
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