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Os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul na produção agrícola e na logística

Os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul na produção agrícola e na logística

A tragédia climática no Rio Grande do Sul, além da questão humanitária, também gera um enorme problema logístico, em meio às chuvas e enchentes generalizadas no estado. Os participantes regionais disseram que os motoristas estão preferindo rotas mais curtas e evitando viagens longas devido aos bloqueios nas estradas. Segundo a entidade que administra as rodovias gaúchas, houve bloqueios em pelo menos 25 trechos por causa de desmoronamentos de barreiras, rompimentos de pistas e desabamento de pontes. Mesmo com a perda da produção agrícola e com menos fertilizantes que os agricultores devem aplicar para plantar a safra de soja 2024-25, a expectativa para as próximas semanas é que o frete aumente quando o rio recuar, porque haverá muitos serviços adiados.

Além das estradas, outro ponto de atenção é a logística portuária. As enchentes atingiram a região central do estado, fechando os portos de Pelotas e Porto Alegre, que movimentam commodities agrícolas, incluindo grãos, oleaginosas e fertilizantes. A previsão é que as águas altas se desloquem para o sul, atingindo o porto de Rio Grande.

Os três portos do Rio Grande do Sul movimentaram cerca de 44,8 milhões de toneladas métricas (t) em 2023, com o maior porto do Rio Grande respondendo por pelo menos 42,6 milhões de t, de acordo com dados portuários. Mesmo que os volumes de fertilizantes fossem descarregados conforme inicialmente planeado, o fluxo para as áreas de produção agrícola ficaria comprometido. O principal acesso ao porto, a BR-116, já está parcialmente bloqueado, dificultando o fluxo de caminhões no estado.

O Rio Grande do Sul responde por mais de 70% da produção nacional de arroz. A Companhia Nacional de Abastecimento do Brasil estima atualmente quase 7,3 milhões de toneladas para a safra do estado, enquanto todo o país deverá produzir 8,9 milhões de toneladas. O último levantamento mensal da Conab, publicado em 14 de maio, já reduziu a previsão de produção em 300 mil t (trezentas mil), mas os danos causados pelas enchentes ainda não foram contabilizados. As pesquisas de campo da Conab ocorreram entre os dias 22 e 26 de abril, quando o excesso de chuvas já era um problema, mas as enchentes ainda não haviam começado. Quando as enchentes começaram, cerca de 17% das lavouras semeadas ainda não haviam sido colhidas, segundo a Conab. Os agricultores estimam que algumas áreas já perderam 30% do seu potencial produtivo. Relatam também problemas no processo de secagem dos grãos, que podem resultar em maiores perdas, devido a cortes de energia e bloqueios de estradas que dificultam o transporte dos grãos até os armazéns.

Considerando a produção agrícola, os volumes nos silos provavelmente estão encharcados neste momento. E com mais danos esperados, os agricultores do Rio Grande do Sul podem ficar desencorajados a investir em tecnologias e fertilizantes para a safra de soja 2024-25. Além dos investimentos mais baixos, as empresas de fertilizantes do estado apresentam dificuldades. Alguns deles estão transportando seus produtos para instalações de armazenamento distantes dos rios, por exemplo.

Com a grande produção agrícola do estado, o Rio Grande do Sul é um dos principais consumidores de fertilizantes do Brasil. Em 2023, foi o segundo maior volume, atrás apenas do estado de Mato Grosso. Considerando as 45,8 milhões de toneladas de fertilizantes entregues ao Brasil em 2023, o Rio Grande do Sul respondeu por 11pc do volume, o equivalente a 5,1 milhões de toneladas.

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