Coinoculação com bactérias dos gêneros Bradyrhizobium e Azospirillum pode dobrar a ação benéfica dos microrganismos biológicos em soja
O uso de inoculantes biológicos pode ser responsável por um aumento de até 6% no índice de produtividade de uma lavoura de soja, percentual considerado excelente para um material biológico.
Mas esse adicional pode ser duas vezes maior se o produtor optar pelo sistema de coinoculação, processo que une as bactérias do gênero Bradyrhizobium associado com Azospirillum, microrganismo que também trabalha com Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) e promotor de crescimento. Esta parceria pode ajudar a confirmar a expectativa recorde de safra, estimada em 313 milhões de toneladas de grãos.
Alexandre Alves, da Novozymes, explica que a coinoculação consiste na soma de dois microrganismos benéficos às plantas que auxiliam no fornecimento de nitrogênio (N).
“Percebemos que a procura pelo aumento de produtividade dos agricultores por meio de produtos mais amigáveis ao meio ambiente é uma constante. E a Novozymes, com o objetivo de atender às necessidades dos produtores, aposta no sistema de coinoculação como uma forma de gerar ainda mais produtividade com sustentabilidade”, observa Alves.
Além de uma gama de produtos que contêm as bactérias Bradyrhizobium, a exemplo da linha Optimize®, o agricultor pode utilizá-la juntamente com produtos que contém o Azospirillum.
“A utilização dos dois microrganismos juntos complementam a nutrição da planta em razão da fixação biológica de nitrogênio e da produção de fitormônios que estimulam o desenvolvimento radicular das oleaginosas. Desta forma, ele promove maior absorção de nutrientes e melhor aproveitamento dos fertilizantes nitrogenados, o que favorece altas produtividades com maior rentabilidade”, pontua o gerente da Novozymes.
Em estudos realizados pela Embrapa, a coinoculação é uma ferramenta que traz uma série de benefícios para a planta, a exemplo da promoção de crescimento do sistema radicular que proporciona alta absorção de nitrogênio e também maior captação de água pelas raízes. “O Azospirillum é responsável pelo aumento no tamanho dos nódulos e aumento das raizes”, Alexandre Alves completa dizendo ainda que a eficiência dos dois microrganismos reduz o uso dos fertilizantes químicos, principalmente os nitrogenados, que estão com um custo elevado no mercado internacional
Simbioses
De acordo com dados da Embrapa, no período de safra, os rizóbios contribuem com o suprimento de nitrogênio, além de benefícios adicionais proporcionados pela coinoculação com Azospirillum, que incluem o melhor estado nutricional das plantas, maior tolerância a estresses abióticos e também alta resistência a fortes estiagens.
Alexandre Alves da Novozymes afirma que a coinoculação é uma das ferramentas mais sustentáveis que o agronegócio tem adotado, além de ser fácil de aplicar.
“O produtor pode optar por adquirir o pacote tecnológico por meio do tratamento na fazenda ou a inoculação com Bradyrhizobium e Azospirillum no sulco de plantio”, observa.