Pela primeira vez em onze edições do Desafio de Produtividade do Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB) o título nacional foi para o campeão irrigado.
O vencedor foi o agricultor Maurício De Bortoli, sendo este assessorado pelo consultor Eduardo De Bortoli, seu irmão, os quais representam a terceira geração de agricultores da família.
A propriedade em que se encontra a área campeã fica em Cruz Alta (RS), totalizando 10.020 hectares (ha), sendo que 7.340 ha são destinados à cultura da soja.
A área do campeão atingiu a expressiva produtividade de 123,88 sacas por hectare, o que corresponde a 7.432,80 kg/ha.
A área destinada ao Desafio foi de 2,8 ha, tendo como principais características ser um solo franco-argiloso (30-40% de argila) e com alta capacidade de retenção de água.
Mauricio De Bortoli é bicampeão nacional do prêmio CESB
Além da excelente característica físico-hídrica do solo, os irmãos De Bortoli também investiram na construção do perfil do solo, eliminando impedimentos físicos e químicos por meio de um plantio direto bem manejado, com calagens frequentes e rotação de culturas.
Com relação à rotação de culturas, ao longo das últimas quatro safras foram utilizadas na área campeã quatro culturas diferentes (soja, azevém, aveia-preta e nabo), estando programado para a safra 2019/20 duas novas culturas (milho e trigo), totalizando seis culturas distintas em sistema de sucessão e rotação.
A cultura da soja na área campeã foi semeada em 23/10/2018, com o ciclo se completando 144 dias depois.
Apesar da área campeã ter sido irrigada, as lâminas aplicadas se restringiram à fase reprodutiva, mais especificamente durante o enchimento de grãos, sendo três aplicações de 8 mm, totalizando 24 mm, entre 105 e 110 dias após a semeadura.
Vem aí o Fórum Regional de Máxima Produtividade – CESB
Apesar dessas lâminas de água não terem suprido a necessidade hídrica plena da cultura da soja, elas foram fundamentais para que não houvesse maiores perdas de produtividade durante essa fase que é a mais exigente em termos de necessidade hídrica.
De um modo geral, apesar de todas as tecnologias, incluindo a escolha do genótipo, o capricho nas operações de campo, a fertilização do solo e o controle das pragas, doenças e plantas daninhas bem elaborados, o que efetivamente mostrou ser um diferencial na área do campeão nacional foi sua preocupação em construir um perfil profundo de solo.
Os irmãos De Bortoli estão de parabéns não só pelo de título de campeão alcançado, mas principalmente por servir de exemplo de eficiência aos demais agricultores brasileiros, mostrando que vale a pena investir nas lavouras, tendo o conhecimento como a principal alavanca para o aumento das produtividades da soja no Brasil.
Por Dr. Paulo C. Sentelhas, engenheiro agrônomo, professor da Universidade de São Paulo (USP) e Fundação Getulio Vargas (FGV) e membro efetivo do Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB)
Foto: Henrique Campinha/Divulgação CESB.
Mauricio De Bortoli, é presença confirmada no Fórum Regional de Máxima Produtividade no dia 02 de outubro em Cruz Alta/RS e vai contar como atingiu esse excelente resultado, colhendo mais que o dobro da média nacional.
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