Gavea lança internacionalização da sua bolsa de commodities
- Startup realizou, com sucesso, um projeto piloto com a negociação de soja do Brasil para Rotterdam-Holanda, no continente europeu. A operação demonstrou segurança, rastreabilidade e conformidade socioambiental, com princípios ESG.
- A ação foi apresentada pela pesquisadora Julie Sigles Robert, researcher independente ligada à Universidade de Cambridge, no Reino Unido, durante o Trade Hub, evento ligado à instituição inglesa e conduzido pelo Programa para o Meio Ambiente da ONU (UNEP).
A Gavea Marketplace, startup que criou a primeira bolsa de commodities do mundo baseada em blockchain, realizou um projeto piloto em que foram negociadas 60 mil toneladas de soja tokenizada — o equivalente à carga completa de um navio — do Brasil para Rotterdam, na Holanda. A ação de internacionalização da plataforma, que digitaliza o comércio de commodities agrícolas, foi apresentada na última semana, no Trade Hub — evento ligado ao Programa da ONU para o Meio Ambiente, em Cambridge (Reino Unido).
A pioneira transação-piloto, que contou com a apoio e participação da Amaggi, teve como objetivo demonstrar a rastreabilidade de origem dos produtos e o compromisso com os princípios ESG da solução criada pela startup para os participantes da indústria de commodities (soja, neste caso), como produtores, distribuidores e todos outros usuários que executam suas ordens na plataforma.
Commodities no mundo
Esse processo permite que grãos, como a soja brasileira, sejam vendidos no mercado europeu, com rastreabilidade e conformidade socioambiental, permeados por todo o supply chain – neste caso partindo de 5 produtores e passando por uma trading company (exportador), uma distribuidora internacional, até chegar no comprador final na Europa.
“Estamos contentes com o resultado positivo do projeto, e agora vamos expandir as soluções da companhia para outros continentes, começando pela Europa”, comenta Vítor Uchôa, CEO da Gavea. “Esse é apenas o começo de um extenso e ambicioso plano de ação da empresa para a comercialização de commodities no mundo, de forma segura, rastreável e sustentável”, diz.
Atualmente, a plataforma da Gavea já soma mais de US$3 bilhões em ordens de compra e venda, correspondentes a mais de 6 milhões de toneladas de produtos, incluindo a carga negociada na transação-piloto recente. Até o final deste ano de 2022, a startup estima chegar perto dos 10 milhões de toneladas de grãos ofertados na bolsa. Entre os clientes da startup, destacam-se grandes players do setor agro, como Amaggi, Agro Amazônia, FS Bioenergia, Inpasa, Gavilon, Lavoro, Cofco, Viterra, entre outros.
A condução do estudo de caso (case study) e a verificação da solução foi feita pela pesquisadora Julie Sigles Robert, ligada à Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Ela apresentou os resultados durante o Trade Hub, evento ligado à universidade inglesa e conduzido pelo Programa para o Meio Ambiente da ONU (UNEP).
Plataforma inovadora
Desenvolvida com tecnologia blockchain, a plataforma funciona como uma bolsa de balcão (OTC), que permite aos compradores e vendedores saberem com quem estão negociando na outra ponta, com transparência e sem intermediários, gerando total rastreabilidade na origem dos produtos e promovendo trading sustentável, com validações ESG em toda a cadeia de suprimentos (supply chain). Vale lembrar que, neste ano, a companhia também anunciou o lançamento do programa de sustentabilidade “GaveaESG”, que busca promover o controle socioambiental das commodities negociadas.
As negociações na bolsa podem ser feitas à vista ou a prazo, com pagamento em reais ou em dólares e geração de contratos 100% digitais sob medida, assinados com certificado ICP-Brasil — o que resulta em menores custos transacionais e operacionais e em maior margem de lucro aos participantes.
Sobre a Gavea
A startup desenvolveu a bolsa em blockchain – lançada em fevereiro de 2021, que digitaliza as negociações de commodities e dá segurança, agilidade e privacidade a transações que há décadas são feitas de maneira não digital, descentralizada e pouco segura.
A solução aproxima produtores, vendedores, distribuidores e importadores/exportadores e, por meio da tecnologia por trás das criptomoedas, emite tokens — com registros e transferências efetuados por uma blockchain — representando quantidades de soja e milho que, depois, são negociados entre as partes na plataforma, com total rastreabilidade e governança socioambiental, promovendo uma comercialização mais transparente, segura e sustentável.