O plantio de milhões de hectares de soja no Brasil, nos últimos anos, gerou importantes dividas para o país.
Entretanto, essa vasta área de plantio, repetido ano após ano, está multiplicando de forma muito rápida patógenos que estão atacando todas as lavouras de norte a sul do país.
Segundo dados do Projeto Soja Brasil, publicados em novembro, a pressão inicial da ferrugem asiática sobre as lavouras é a maior dos últimos 8 anos.
Isso é um alerta para a importância de reforçarmos nosso manejo contra todas as doenças que retiram a produtividade das nossas lavouras.
Além da ferrugem asiática (principal doença que ataca a soja), doenças antes ditas como secundárias (míldio, antracnose e o conjunto de manchas foliares) estão retirando a produtividade dos produtores de forma silenciosa.
Os fungicidas sistêmicos têm ganhado ajuda na luta contra as doenças da soja. A complementação dos modos de ação com fungicidas protetores tem reforçado a batalha contra as doenças.
Mesmo com a adição dos protetores, algumas doenças vêm crescendo no cenário Brasil da soja. Esse escape motivou inúmeras pesquisas sobre o potencial da indução de resistência para auxiliar no manejo das doenças.
Nesse cenário de múltiplas doenças, destacamos o míldio que vem ganhando espaço dentro das lavouras e sendo multiplicada via sementes para todo o país.
A maioria dos fungicidas utilizados para controle da ferrugem, tem pouca ação nesse grupo de fungos diferenciados, chamados de oomicetos.
O míldio se desenvolve bem em temperaturas amenas e alta umidade, o que é bem comum no início do desenvolvimento da soja no Rio Grande do Sul.
Estudando o míldio na soja no PR (Castro e Ponta Grossa), Silval1 e outros pesquisadores na safra 2016 detectaram severidades de até 43%, o que pode ocasionar perdas de 12,5% da produtividade.
O uso subsequente do mesmo fungicida e por vezes aumentando as doses em busca do melhor controle, tem despertado preocupações de agricultores e pesquisadores quanto a perduração da eficácia das tradicionais moléculas.
Rotacionar modos de ação buscando, além da atuação direta aos patógenos, somar um efeito positivo no hospedeiro, melhorando sua resposta natural aos patógenos, gera resultados satisfatórios no campo e pode prolongar a vida dessas moléculas.
Trabalhar o fortalecimento do hospedeiro através da nutrição, induzindo a resistência da planta, deve ser considerado como uma importante forma de manejo para uma cultura mais saudável.
A indução é uma forma de atrasar e evitar a entrada de doenças nas plantas, criando um ambiente de menor suscetibilidade e com menor pressão de doenças, aumentando e favorecendo a performance dos fungicidas e protetores.
Posicionados de forma preventiva às doenças os indutores tornam as plantas mais fortes e resistentes aos estresses bióticos. A associação de fungicidas sistêmicos, fungicidas protetores e indutores de resistência é a forma mais completa de proteção dos cultivos que podemos realizar.
A Agrichem do Brasil SA, com muitos anos de pesquisa desenvolveu o Reforce e o Yantra, fertilizantes que através da nutrição equilibram as defesas naturais da planta, permitindo a expressão da máxima produtividade da soja.
Mauro Ugalde
Eng. Agr. Me. em Fitopatologia, proprietário da Nutritec Agro – Júlio de Castilhos, RS
Maurício Sonda Tonello
Eng. Agr. Me. em Solos, Analista de Desenvolvimento de Mercado RS/SC da Agrichem do Brasil SA
1 Danos na soja causada por míldio. Olavo Correia da SilvaI, Hellen Aparecida Arantes Santos, Maristella Dalla Pria, Louise Larissa May De MioI. Ciência Rural, Santa Maria, v.46, n.3, p.389-392, mar, 2016.
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