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Qualidade do leite, da expectativa à realidade

Qualidade do leite, da expectativa à realidade

Qualidade

Atender a demanda de produtos de origem animal com qualidade, segurança e produzir respeitando as premissas de conforto e bem-estar animal, tornam-se essenciais para conquistar novos mercados e alcançar melhores preços na indústria. Entende-se por qualidade, particularidades e propriedades físico-químicas do leite, bem como atributos sensoriais que caracterizam o produto final e atendem a credibilidade na visão do consumidor. Além disso, a higiene é um fator primordial e que reduz a contaminação e multiplicação de bactérias.

Diversos são os fatores ligados à qualidade do leite e que conferem esse padrão, dentre eles ressaltam-se o manejo, a alimentação, a raça e o ambiente.

A atual realidade nos remete a falta de controle de fatores contagiosos ou até mesmo falha em alguns métodos de prevenção e controle do ambiente nas propriedades leiteiras.

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Através da contagem de células somáticas (CCS), é possível visualizar e analisar índices individuais dos animais ou do tanque, fornecendo uma visão da saúde da glândula mamária e da qualidade do produto. As células somáticas são um conjunto de células (leucócitos, macrófagos e neutrófilos) oriundos do sangue, composto em sua maioria por leucócitos. Assim, quando ocorre a infecção há um aumento destas células que modulam a resposta imune, sendo a principal ferramenta para diferenciar um animal doente de um sadio.

O leite bovino é considerado o mais nobre dos alimentos, pela sua composição e características nutricionais. Em função disso, no Brasil, na década de 90 houve a implantação de um programa de pagamento do leite de qualidade que permanece até hoje, fazendo com que os produtores adotassem técnicas de manejo para a redução do número de células somáticas (CCS) e garantindo qualidade aos consumidores.

Nesse sentido, a indústria tem um papel fundamental de orientação e garantia da matéria prima de qualidade, estimulando a produção adequada através de treinamentos, visitas técnicas e da ofertar de programas de melhor remuneração. Porém, ressalta-se que o volume de leite produzido ainda é o fator considerado pela maioria dos laticínios em detrimento ao pagamento por qualidade.

É importante salientar que o estabelecimento de limites para CCS e CBT (contagem bacteriana total) é um fator determinante para a produtividade e rentabilidade, afora a garantia de um produto com maior vida útil de prateleira e com seus atributos de aroma e sabor preservados. Essas são condições mínimas que as propriedades devem praticar diariamente – boas práticas de produção -, pois são requisitos básicos para a melhor condição do produto final.

O controle da CCS é uma ferramenta de monitoramento de qualidade, que reduz perdas produtivas e, consequentemente, o leite que apresenta baixa CCS terá maior rentabilidade e confiabilidade do consumidor. O hábito do consumo de leite faz parte da nossa cultura, além de ser primordial na nutrição humana. É necessário entender o processo produtivo como um todo para que saibamos valorizar quem produz alimentos priorizando o bem estar animal, com qualidade e segurança.

 

Vanessa Oliveira de Freitas Schneider – Doutoranda em Zootecnia (UFSM)

Lucas Carvalho Siqueira

 

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