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Inundações no Rio Grande do Sul trazem grandes incertezas para a soja brasileira

Inundações no Rio Grande do Sul trazem grandes incertezas para a soja brasileira

Além de todo o impacto humanitário, o evento climático trouxe grande volatilidade para os mercados de grãos, dado que o estado tem uma grande produção de soja e milho

O estado do Rio Grande do Sul (RS) tem enfrentado fortes chuvas que levam a uma das piores inundações de sua história, com algumas regiões recebendo mais de 100mm de chuva nos últimos dias.

Mais de 300 municípios foram impactados, resultando em mais de 80 mortes até o momento da divulgação deste relatório, com uma barragem rompida na região da Serra Gaúcha. Além disso, ocorreram numerosos deslizamentos de terra, danos à infraestrutura, transbordamento de rios e bloqueio de estradas. O governador do estado descreveu o atual cenário como a maior tragédia já enfrentada pelo Rio Grande do Sul.

Além de todo o impacto humanitário, a Hedgepoint Global Markets aborda, em relatório, a grande volatilidade que o evento climático trouxe para os mercados de grãos, dado que o estado tem uma grande produção de soja e milho.

Quais os impactos sobre as safras?

Primeiramente, é interessante lembrar que a colheita da soja no Estado já está avançada. Até quinta-feira (02), a colheita atingiu 76% da área plantada no Estado, um avanço de 10 pontos percentuais ante a semana anterior, sendo interrompida após temporais atingirem as lavouras nesta semana, informou a Emater em boletim.

“Com as chuvas, o ritmo de colheita está atrasado ante a mesma época da temporada anterior, quando atingia 77%. O índice atual de colheita também está atrasado em relação à média histórica para o período (83%). Com isso, cerca de 5M mt de soja ainda estão “no chão” no RS e sob risco de impacto das enchentes. No caso do milho, além do estado produzir um volume menor (cerca de 5M mt são esperadas para a safra 23/24), o percentual colhido também é maior – 83% – deixando menos de 1M mt sob risco de impacto das enchentes”, diz Alef Dias, analista de Grãos e Macroeconomia da Hedgepoint.

Consequentemente, o mercado volta suas atenções para a soja. Ainda é muito difícil precisar quanto da soja que ainda está para ser colhida será impactada. Os campos ainda estão alagados nas regiões mais afetadas, e as previsões para os próximos dias ainda mostram uma continuidade das chuvas, dificultando que essas áreas sequem e se resumam os trabalhos de colheita.

De acordo com Alef, agentes locais já trabalham com uma redução de 1 a 2M mt na safra do estado, sem contar que a umidade excessiva deve trazer problemas de qualidade para a safra do estado.

“A logística também tem impactado toda a cadeia produtora e consumidora, com desdobramentos relevantes para o setor de aves e suínos. Com estradas e pontes interditadas, as granjas não conseguem receber ração e enviar os animais para as unidades de abate no Estado, o terceiro maior na produção de carne de frango e suína”, ressalta.

Conclusão

Ainda é difícil precisar o impacto total das inundações e fortes chuvas no Rio Grande do Sul sobre a safra de soja. As primeiras estimativas apontam para um impacto de 1 a 2M mt, mas muitas áreas ainda seguem alagadas e as previsões são de uma continuidade das chuvas nos próximos dias em todo o estado.

A única certeza é que toda a cadeia produtora e consumidora de grãos deve ser impactada pela catástrofe, e que o clima no RS deve seguir trazendo volatilidade para os preços da soja nos próximos dias.

Acesse o relatório completo clicando aqui.

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