A carne suína gaúcha teve recorde e resultados positivos nas exportações durante o mês de maio. Neste período, o Rio Grande do Sul exportou cerca de 26,2 toneladas de proteína, o que representou um faturamento de US$ 66,9 milhões, conforme dados do Agrostat, plataforma disponibilizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Em comparação ao mês de maio de 2019, o Estado gaúcho aumentou suas exportações em 87,4% e o faturamento em 95,7% e bateu o seu recorde dos últimos quatro anos.
O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Luis Folador, destaca que o número é bem significativo para a cadeia produtiva. “Comparando com os anos anteriores, ficou muito expressivo e acima. Seguiu o volume nacional”, destaca
Folador diz que esse número se dá por conta do Rio Grande do Sul ser o terceiro maior produtor de carne suína do Brasil e ter diversas plantas habilitadas para a exportação da proteína animal.
Complementa, no entanto, que o aumento de volume exportado se deu por causa do baixo consumo interno. “Com menos consumo no mercado interno, a tendência é que um maior volume seja direcionado para as exportações”, justifica.
Os preços mais altos também favorecem a venda da carne suína para outros países. “É uma forma de ajustar a oferta e a demanda no mercado interno, já que a procura diminuiu, causada pelas medidas que restringem a circulação e a alta taxa de desemprego no país”, explica Folador.
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Para os próximos meses, a expectativa é que os números sejam mantidos ou até maiores em comparação a maio.
Assim como no estado gaúcho, o Brasil também teve bons resultados nas exportações da proteína suína. No total, foram exportadas cerca de 100 toneladas de carne suína com o faturamento de US$ 226 milhões.
Para os resultados continuarem positivos, Folador destaca que outro fator que deve ser lembrado e praticado pelos suinocultores gaúchos é a sanidade durante toda a produção. “É preciso prezar pela qualidade da carne suína gaúcha. Por conta disso é necessário manter a sanidade do rebanho de suínos. Fator fundamental para continuarmos exportando grandes volumes e mantendo um equilíbrio entre o mercado interno e externo”, frisa.
Preço pago ao produtor
Mesmo que os resultados estejam positivos nas exportações, o 1º vice-presidente da Acsurs, Mauro Antonio Gobbi, acredita que o preço pago pelo quilo do suíno aos suinocultores ainda é baixo.
“Se não fosse todo esse volume exportado, o preço estaria ainda pior para o produtor de suínos, já que o consumo no mercado interno reduziu. Apesar disso, ficamos um pouco indignados porque quem está exportando está ganhando dinheiro. Mas nós suinocultores independentes, estamos vendendo suínos para o mercado interno abaixo do custo de produção. Logo após o Coronavírus o suíno baixou 20% e os custos subiram 20%”, ressalta Gobbi.
*Suinocultura Industrial
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