São Paulo, maio de 2022 — A saúde do rebanho torna-se cada vez mais estratégica, especialmente em razão de o Brasil ser um dos mais importantes produtores de carne bovina do mundo, chegando ao mercado de mais de 150 países. Aliado a isso, investir em animais saudáveis é garantia de maior produtividade na fazenda, meta de todo produtor. No entanto, para alcançar os números desejados, além do cuidado com a nutrição e o manejo, a gestão da sanidade animal com amplo uso da tecnologia é essencial.
Dados da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafigo) mostram que 1,86 milhão de toneladas de carne bovina foi exportada no passado, o que representou um faturamento de R$ 52,6 bilhões. Os números são resultado de décadas de investimento em tecnologia que elevou a produtividade e a qualidade do produto, tornando o Brasil competitivo no setor. “Sanidade é o trabalho realizado para que o animal tenha saúde. Quando bem trabalhada, o produtor tem um animal saudável. Em linhas gerais, podemos dizer que sanidade é um seguro que o produtor faz para não ter prejuízo”, explica Carlos Biazzo Arantes, diretor comercial da GA+Intergado.
Pesquisa desenvolvida pela GA+Intergado junto a 2 milhões de animais, entre 2019 e 2021, mostra que produtividade e sanidade precisam, necessariamente, andar lado a lado. Na análise, animais saudáveis (sem tratamento) tiveram um desempenho de 1,42 kg/dia, em média. No geral, um animal doente perde 210g/dia e, considerando 100 dias de cocho, representaria um prejuízo de R$ 231 por cabeça.
Impacto no ganho médio diário
Fonte: GA+Intergado (2021)
No estudo, a taxa de mortalidade dos animais monitorados em confinamento foi de 0,35%, bem inferior à média de mercado que gira em torno 0,60%. Da base analisada, 2,94% dos animais foram medicados para as seguintes causas: refugo de cocho (29,52%), pneumonia (23,54%), outros (22,05%), problemas de casco (20,42%) e fraqueza (4,47%). Foram classificadas na categoria “outros” as doenças com menos de 3% de ocorrência, como cólica, bicheira, ferimentos, fratura, desnutrição, diarreia, entre outras. Essa análise revela como as fazendas estão identificando os problemas de sanidade e que os registros dos principais motivos de tratamento mudam de acordo com a capacitação da equipe e os processos internos.
Principais motivos de tratamento
Fonte: GA+Intergado (2021)
A pneumonia é uma das doenças mais comuns em animais confinados e de grande importância devido à alta contaminação do rebanho, gerando prejuízo de R$ 18 milhões ao ano para a pecuária nacional, segundo dados da Gestão Agropecuária (GA) coletados junto a 2 milhões de animais nos últimos cinco anos, associando custos de tratamento e morbidade.
Embora a pneumonia não impacte fortemente o ganho de peso, a doença é a principal causa de morte em confinamentos. Por isso, explica Arantes, é fundamental apostar num modelo de gestão no qual há treinamento da ronda sanitária junto ao consultor de sanidade, identificação correta das doenças e prescrição de tratamentos efetivos ao rebanho: “Esses processos, juntos, permitem controlar melhor as doenças, minimizando perdas de desempenho e perdas do ativo por morte. De modo geral, a sanidade representa de 2% a 4% do valor investido no animal. Pode parecer pouco, porém corresponde ao animal viver e ter ganho peso ou a morrer”.
Considerando a taxa média de 0,60% de mortalidade em confinamento, em um rebanho de 10 mil animais isso representa a perda de 60 animais em um ciclo, com prejuízo estimado de mais de R$ 420 mil em custo de oportunidade (considerando o preço da @/R$ 333,40 CEPEA 05/04/2022). Significa um custo rateado de R$ 42,00 por cabeça, enquanto o investimento com protocolo de entrada em confinamento gira entre R$ 12,00 a R$ 15,00 por animal. Conforme análise da GA+Intergado, as fazendas com alta maturidade de gestão que fazem o registro correto das doenças e dos respectivos tratamentos, têm processos bem estruturados de ronda sanitária e acompanhamento próximo dos consultores e especialistas, operam com índices de mortalidade inferiores à 0,35% e identificam melhor os animais em estágio clínico e subclínico.
Além de equipes bem capacitadas, diz Arantes, é fundamental investir em tecnologias que auxiliem o produtor na tomada de decisões assertivas, obtendo, assim, uma melhor gestão interna da propriedade. Ou seja, a aposta deve ser por eficiência nos processos produtivos, com profissionalismo na gestão de dados zootécnicos e econômicos. Pensando nisso, a GA+Intergado lança, durante a 9ª edição Confinar 2022 (entre 10 e 11 de maio, em Campo Grande), uma nova tecnologia para facilitar a rotina de acompanhamento da sanidade na fazenda: o app Ronda Sanitária.
O aplicativo instalado no celular tem o diferencial de funcionar offline, sem depender de internet, com sincronização dos dados quando conectado à rede. No campo, permite aos usuários — vaqueiros, capatazes, operadores de curral e supervisores — consultarem os dados de cada animal (raça, categoria, local, noventena/carência, diárias, entre outros) e fazer registros de movimentações, aplicações, ocorrências e morte com vínculo dos motivos de acordo com a BND para fazendas ERAS. A facilidade no preenchimento dos dados e o sistema de auditoria garantem a qualidade das informações que dão uma visão real da situação do rebanho. Assim, os gestores têm mais poder de ação para mitigar riscos, evitar prejuízos e garantir o bem-estar animal.
Investir na gestão da sanidade pode ser a garantia de bom retorno financeiro tanto em grandes quanto em pequenos negócios, mas para isso a tecnologia e a capacitação das equipes não podem ficar em segundo plano. Afinal, em setores como o do agronegócio, tecnologia é sinônimo de segurança e oportunidade.
Sobre GA + Intergado
Duas das mais relevantes empresas de tecnologia focadas na gestão da informação e da precisão na pecuária, GA + Intergado atuam em oito países e dominam 68% do mercado de confinamento, além da liderança na gestão da rastreabilidade e participação significativa na produção a pasto, gerindo informações de mais de 6 milhões de cabeças por ano. Além disso, monitoram mais de 100 mil animais e dominam 96% do mercado de eficiência alimentar, com uma base de dados de mais de 35 mil animais avaliados.