POR: Wagner Siqueira
O uso de drones para mapeamento de plantações, microchipagem para controle de rebanhos, silos inteligentes e até controle de ambiente na piscicultura estão cada vez mais comuns no Brasil, comprovando a eficácia da automação de processos no agronegócio, além de prospectar um futuro mais automatizado no cenário agro do país.
RPA (Robotic Process Automation), também conhecido como Automação de Processos, é um recurso capaz de reproduzir atividades realizadas por seres humanos. Assim, tarefas repetitivas e manuais serão realizadas de forma automática, eficiente e simples, sem a necessidade da interferência do homem.
Os robôs estão sendo criados para assumir diversas funções. Acessar sistemas corporativos, enviar e-mails (com anexo, inclusive), entrar em sites, preparar relatórios e tomar decisões (seguindo regras preestabelecidas) e medições são alguns dos exemplos. Não obstante, as construções desses robôs possuem como base sistemas com Inteligência Artificial, ou seja, capacidade das máquinas de pensarem e de replicarem o comportamento humano.
Para se ter uma ideia, um estudo pela Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil aponta que o Índice Agrotech, responsável por medir o nível de automação do agronegócio brasileiro, teve um aumento de 12,5% entre os anos de 2019 e 2021. Porém, como o país está em constante evolução nessa esfera, ainda precisa melhorar alguns pontos para garantir um horizonte ideal no setor.
As fazendas digitais estão nos holofotes e tendem a ditar o mercado nos próximos anos, principalmente por conta dos avanços tecnológicos que melhoraram a forma de gerir e trabalhar no agronegócio, como a gestão digital de rebanhos. Com a utilização da automação e inteligência artificial, são usadas etiquetas, microchips e drones para mapear em tempo real a localização dos animais em área de pastos e grandes campos, com muito mais facilidade, segurança, baixo custo e precisão através da adoção de tecnologias como: RPA acoplado a ERPs (sistema que interligam todos os dados e processos de uma empresa) e sistemas de Geolocalização (dispositivos conectados à internet, satélite ou radiofrequência), por exemplo.
Outro ponto importante é a agricultura digital, que busca otimizar, qualificar o trabalho e, até mesmo, o produto final. Nesse método, pode ser feita a medição de dados para ganho de produtividade, como mudanças no solo, pressão atmosférica, umidade do ar, presença de pragas e outros fatores recorrentes.
Além disso, quando falamos em tecnologia no campo, tratamos também de e-silos. Os silos eletrônicos trabalham com a medição de dados em prol de deixar os mecanismos mais produtivos, ou seja, identificar números essenciais para o produtor, como o tempo de estocagem, o tipo de grão, além de realizar o pedido automático de reposição de insumos.
Por último, mas não menos importante, deve ser mencionada a aplicabilidade de RPA na Silvicultura utilizando aprendizado de máquinas, computação cognitiva, com sensores de baixo custo e na piscicultura digital, capaz de fazer a medição do ambiente, como nível de oxigênio, turgidez e alcalinidade da água, colaborando para o monitoramento das atividades fisiológicas dos animais aquáticos – alimentação, digestão, respiração e reprodução.
Esses são apenas alguns exemplos de como a tecnologia no campo, por meio da automação de processos, já vem revolucionando o mundo do agro. Existe um leque enorme, repleto de opções para abastecer o setor, que passam por máquinas autônomas, métodos de controles de dados, rastreamento de animais, monitoramento do clima e mapeamento geográfico, que buscam agregar e valorizar cada vez mais o agronegócio no Brasil.
Wagner Siqueira, especialista em automação de processos robóticos (RPA), automação de processos inteligentes (IPA) e aprendizado de máquinas (Inteligência Artificial), é diretor de automação da CTC, uma das 150 maiores empresas de tecnologia do país.
