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IPCA-15 vem abaixo do esperado, mas ainda sinaliza aumento das pressões inflacionárias de curto prazo

IPCA-15 vem abaixo do esperado, mas ainda sinaliza aumento das pressões inflacionárias de curto prazo

POR: Marco A. Caruso | Eduardo Vilarim

Resumo

Abaixo da mediana do mercado medida pela Bloomberg (1,84% m/m), o IPCA-15 de abril subiu 1,73%, o equivalente a uma alta acumulada de 12,03% em 12 meses. Entre as principais pressões altistas, encontram-se o grupo de alimentos, transportes, habitação e vestuário. De qualquer forma, nós mantemos o IPCA projetado para 2022 em 7,7%. Para 2023, esperamos um IPCA de 4,5%, distanciando-se um pouco mais do centro da meta do banco central (3,25%)

Detalhes

O índice de abril — seguindo a coleta de preços que ocorreu de 17 de março a 13 de abril — foi influenciado, principalmente, pelos transportes, com destaque para combustíveis. O óleo diesel foi a maior alta do grupo, subindo 13,11% no período, seguido pela gasolina (7,51%), etanol (6,60%) e gás veicular (2,28%).

Habitação se mostrou ainda bastante pressionada, influenciada pela alta do gás de botijão (8,09%) e energia elétrica (1,92%). Paralelamente, a Aneel anunciou ontem (26/04) que o consumidor brasileiro pagará cerca de R$ 30 bilhões a fundo do setor elétrico, um impacto de 3,39% sobre a conta de energia elétrica, contrapondo parte das expectativas em relação a eventual desinflação do setor, com a troca da bandeira de escassez hídrica para bandeira verde (redução de 20% do valor da conta de luz, segundo o Governo Federal), e que deve impactar o IPCA-15 de maio.

Em relação aos alimentos, a variação de preços proveniente da alta das commodities — impactos dos combustíveis sobre o transporte de mercadorias, produtividade de algumas safras, como o trigo, e efeitos da guerra Rússia-Ucrânia) foi maior no domicílio (3,00%) do que fora do domicílio (0,28%), que por sua vez acabou ajudando a “amortecer” a alta do grupo. Também chama a atenção como o setor de Vestuário tem conseguido recompor as suas margens (14,79% em 12 meses).

Bens semiduráveis e, especialmente, não duráveis, trouxeram resultados inflacionários acima do esperado, refletindo o ambiente de demanda ainda aquecida por artigos de residência (como mobiliário, cama e banho e eletrônicos) e vestuário. O destaque, porém, fica para os preços monitorados (3,23% m/m).

A média dos núcleos (série que exclui os itens mais voláteis do cálculo) também não cedeu e atingiu o patamar de 9,36% em 12 meses, acima da divulgação anterior (8,78% 12m).

Apesar da surpresa “positiva”, nós mantivemos o IPCA projetado para 2022 em 7,7%. Para 2023, esperamos um IPCA de 4,5%, distanciando-se um pouco mais do centro da meta (3,25%).

*Polaridade = positiva, se a variação no mês for superior à do mês anterior e à média histórica; neutra, se a variação no mês for superior à do mês anterior, mas inferior à média histórica; negativa, se a variação no mês for inferior à do mês anterior e à média histórica. 
  
  
  
  

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