Estimativa indica uma redução de 2,7% em comparação com projeção anterior
Analisando as condições climáticas adversas, a Biond Agro, Empresa especializada em gestão e comercialização de grãos para o produtor brasileiro, revisou para baixo suas projeções para a safra 23/24 da soja no Brasil, prevendo uma redução de mais de 4 milhões de toneladas.
Segundo a empresa, a estimativa da produção brasileira é de 159,4 milhões de toneladas, representando uma queda de 4,4 milhões ou 2,7% em relação à última projeção. A Biond Agro projeta ainda uma produtividade média de 58,4 sacas por hectare, em 45,5 milhões de área total.
Os estudos realizados mostraram que o estresse hídrico e as temperaturas elevadas no início do ciclo das lavouras levaram a ajustes na área, de -100 mil hectares, e na produtividade na região Centro-Oeste do país, para -3 sacas/hectare.
23/24 (1ª) = primeira projeção Biond Agro
23/24 (2ª) = segunda projeção Biond Agro
“Desde setembro, essa região tem enfrentado anomalias significativas nas chuvas e temperaturas, especialmente nos estados de Mato Grosso e Goiás. Vale ressaltar que nossa primeira projeção já incorporava uma baixa produtividade em todas as regiões brasileiras devido ao El Niño, com exceção do Sul, e essa situação se agravou devido aos eventos climáticos recentes”, comenta Felipe Jordy, coordenador de inteligência e consultoria da Biond Agro.
Recorde de safra mesmo com previsão negativa
Mesmo com a visão de corte nas projeções da Biond Agro, o Brasil ainda alcançará um recorde para a safra 2023/2024. Em comparação, a safra 2022/2023, conforme a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), está projetada em 154,6 milhões de toneladas. Com as projeções da produção brasileira concretizando – 159,4 milhões – e a retomada da produção argentina, de 49 milhões, os números deverão contribuir para estoques globais mais robustos.
A empresa estima que os estoques de passagem no mundo alcancem 112 milhões de toneladas, resultando em uma relação estoque-uso de 29,2%. Representando um aumento de 12 milhões de toneladas e 1,6% em relação à safra anterior. Esses fatores continuam exercendo pressão negativa sobre as cotações em Chicago.
“Apesar dos fundamentos baixistas, vale a pena observar um ponto interessante. O plantio atrasado e a baixa produtividade em algumas regiões do Brasil, podem aliviar os prêmios para os produtores brasileiros. O plantio tardio estende a janela de plantio, o que implica em uma colheita mais tardia e, consequentemente, em uma disponibilidade de grãos mais limitada”, comenta Jordy
A baixa produtividade também contribui para essa limitação na oferta, resultando em um aumento nos prêmios para os primeiros meses do ano, sendo possível que não seja mantido com o início firme da colheita. Esse movimento já é evidente, com as referências de papel no porto de Paranaguá mostrando valorizações nos meses de janeiro, fevereiro, março e abril, tendo uma melhora em sua cotações