Previsões de longo prazo sinalizam preços baixos para o grão, altos custos de produção e incertezas climáticas, o que exigem melhor gestão de riscos do negócio
A contratação de um seguro agrícola para proteger os negócios da sojicultura se tornou ainda mais importante. O mercado da soja está enfrentando vários desafios econômicos que demandam mais planejamento de safra e proteção. Os preços da oleaginosa estão com tendência de queda no longo prazo e a conjuntura é agravada por custos elevados e imprevisibilidade climática.
“Diante dessas incertezas e da provável redução das margens de lucro, é fundamental que os produtores busquem melhorar a gestão de riscos dos negócios e planejem antecipadamente a safra de soja 2024/2025”, alerta Diego Caputo, gerente comercial de agronegócios da seguradora FF Seguros.
Clima
A grande preocupação no momento é com a chegada do La Niña, que já sinaliza a probabilidade de secas na região Sul e no Centro-Oeste para o 2° semestre.
“Nesse contexto, o seguro agrícola se destaca como uma ferramenta essencial para a gestão de riscos, mitigando possíveis danos causados pelo clima às lavouras. O produto previne perdas financeiras e protege as operações de crédito”, diz Caputo.
Cenário produtivo
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou avanço na área semeada e maior produção mundial de soja, com um salto de 378,06 milhões de toneladas na safra passada para 396,85 milhões de toneladas de soja na temporada 2023/24, segundo levantamento em março. A demanda por soja não vem acompanhando o ritmo de crescimento da oferta mundial para absorver os estoques da oleaginosa, resultando em estoques de passagem globais historicamente altos.
No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê a colheita total de 146,9 milhões de toneladas de soja, em levantamento de março. Com uma redução da produção no Brasil em torno de 5%, o valor da saca no mercado interno brasileiro vem reagindo positivamente, sendo sustentado por prêmios e variações no câmbio que contrapõem os preços em baixa na Bolsa de Chicago. Ainda assim, os produtores são impactados por preços menos remuneradores e custos atuais de produção elevados.
“Com uma relação de troca extremamente apertada, os produtores precisam ter muito cuidado durante a comercialização da soja e compra de insumos da próxima safra para conseguir equilibrar as finanças”, alerta Caputo.
Seguro agrícola
A seguradora FF Seguros enfatiza a importância da contratação de seguro agrícola como uma medida crucial para garantir a perpetuidade dos negócios no mercado da soja. No entanto, o mercado segurador brasileiro tem capacidade limitada para ofertar apólices de seguro agrícola. Por isso, é fundamental que o agricultor interessado em assegurar a lavoura de soja planeje a negociação da apólice com antecedência.
Os contratos são aprovados de acordo com ordem de chegada em fila de propostas e disponibilidade de recursos da seguradora no momento da assinatura. Além disso, para conquistar a aprovação de subsídio concedido pelo Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), uma política integrada ao Plano Safra, recomenda-se que o pedido seja apreciado com antecedência, sendo o processo de análise sujeito ao esgotamento de recursos liberados pelo Governo Federal.
“Enquanto os estoques globais estão com níveis elevados, temos o aumento dos custos, a redução dos preços das comodities no longo prazo e a incerteza climática, associados à baixa capacidade estática de armazenagem nacional. Esses fatores compõem o cenário desafiador que pode se manter até 2025”, resume Caputo. “No entanto, acreditamos que uma gestão mais eficiente no campo e o uso de ferramentas como o seguro agrícola podem ajudar os produtores a enfrentar os problemas com resiliência e fechar as contas no azul.”