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Integração lavoura-pecuária agrega renda ao produtor

Integração lavoura-pecuária agrega renda ao produtor

Aumentar a eficiência no uso dos recursos naturais, ligado ao menor impacto sobre o meio ambiente, é cada vez mais necessário. Nesse sentido, surgem os sistemas de produção agrícola, que visam à inter-relação solo – planta – animal. O sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) mostra-se uma boa alternativa para o Rio Grande do Sul (RS).

Onde o inverno para cultura de grãos, em geral, é altamente suscetível às condições climáticas (chuvas e geadas), principalmente para cultura do trigo, anteriormente o principal cultivo de inverno.

Na região Noroeste do RS, a ILP baseia-se no uso de culturas anuais de inverno: aveia preta (Avena strigosa), aveia branca (Avena sativa) e azevém (Lolium multiflorum), sob pastejo em sucessão as culturas de lavoura: soja (Glycine max) e milho (Zea mays).

Produtores gaúchos planejam safra de inverno

Apesar dos diferentes enfoques, os benefícios da ILP estão associados à redução de custos, aumento da eficiência do uso da terra, melhoria dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo, redução de pragas e doenças e aumento de liquidez e de renda da propriedade.

Nesse sentido, a produção animal ocorre em áreas de pousio ou sob cultivo de forrageiras de inverno sem prejudicar a produção de grãos, garantindo renda ao produtor por meio da diversificação das atividades na propriedade.

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De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), no RS há um total de 5.403,8 milhões de hectares ociosos no inverno (Tabela 1). Ao analisar esse cenário, observa-se que o Estado é detentor de 40,5% e 12,4% das áreas de cultivo de inverno e verão, respectivamente, confirmando a possibilidade de intensificação do uso da terra.

Esse sistema deve ser concebido de forma planejada para que ocorra sinergismo entre as atividades exploradas (Figura 1). A presença do animal em pastejo gera resistência por parte dos produtores rurais, porém a sua presença modifica as rotas e a dinâmica da ciclagem de nutrientes no sistema, beneficiando a cultura em sucessão quando a intensidade de pastejo é manejada adequadamente.

Isso ocorre através do ajuste da lotação animal a disponibilidade de forragem, impactando no nível de produção animal obtido e sobre o solo e palhada para a fase de lavoura.

Tabela 1 – Comparativo entre áreas cultivadas no Rio Grande do Sul e Brasil no ano de 2018 para culturas de inverno e safra 2018/2019 para culturas de verão.

* Dados do Segundo levantamento – Novembro 2018, V. 6 – SAFRA 2018/19- N. 2.

Culturas

Rio Grande do Sul

Brasil

Área (Em mil ha)

Aveia

265,8

375,6

Canola

34,8

35,5

Centeio

1,5

3,7

Cevada

55,6

111,9

Trigo

681,7

2.036,7

Triticale

5,7

19,9

Área total de inverno

1.045,1

2.583,3

Soja

5.692,1

35.149,3

Milho

756,8

16.809,9

Área total de verão

6.448,9

51.959,2

Resultados de pesquisa demostram que o uso moderado do pasto (20, 30 e 40 cm de altura) possibilitam maior produção total de matéria seca e de palhada em áreas manejadas com aveia preta e azevém quando comparados ao uso de lotações excessivamente altas (10 cm de altura) ou em áreas sem pastejo. Além disso, possibilita a prática da ressemeadura natural em áreas com presença de azevém, sem necessidade de práticas de diferimento.

A partir do exposto, a ILP possibilita de forma concomitante a intensificação e sustentabilidade do sistema. Para tal, torna-se uma solução inteligente que visa a sustentabilidade da propriedade agropecuária, agrega renda ao produtor, intensifica o uso da área pelo maior espaço de tempo e ainda melhora os atributos do solo (físicos, químicos e biológicos), desde que a pecuária seja manejada de forma correta.


Figura 1- Lavoura de soja no verão e pastagem de aveia sob pastejo contínuo no inverno.

Diógenes Cecchin Silveira

Engenheiro Agrônomo, mestrando em Agronomia no Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Universidade de Passo Fundo.

Juliana Machado

Zootecnista, Dra. em Zootecnia, docente do curso de Nedicina Veterinária/Laboratório de Estudos e Pesquisas em Produção Animal LEPAn da Universidade de Cruz Alta.

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