São 18 anos de pesquisa e muito conhecimento à campo para chegar ao resultado final do primeiro solubilizador de fósforo do Brasil – BiomaPhos.
Uma parceria público-privada entre a Embrapa, a empresa Bioma e a Simbiose – maior produtora de insumos microbiológicos do País, de Cruz Alta/RS.
O lançamento do produto ocorreu em Cruz Alta/RS no Centro de Eventos Érico Veríssimo, (24) e reuniu grande público do agronegócio para prestigiar essa importante conquista para a agricultura brasileira.
De acordo com a pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo – MG, Drª Christiane Paiva, esse inoculante, assim como os produtos biológicos para nitrogênio, vem trazer ao produtor rural uma nova solução biológica para aumento da absorção de fósforo.
O fósforo é um elemento quase que indisponível para as plantas do solo, ele é pouco móvel, então o produtor tem uma grande poupança de fósforo no solo que não utiliza, porque essas formas de fosfato que estão anexadas no solo, na matéria orgânica, se encontram indisponíveis para a planta e elas precisam ser disponibilizadas, destaca Christiane.
Primeiro solubilizador de fósforo do Brasil será lançado em Cruz Alta
O inoculante BiomaPhos contém bactérias que vão disponibilizar ou solubilizar esses fosfatos para a planta.
“À medida que o produtor, por exemplo, jogar 100 kg de adubo, até 70% do fósforo desse adubo, fica complexado, porque a fome do solo é muito maior do que a da planta”, complementa.
E o que essas bactérias fazem? Elas vão aumentar a absorção do fosfato em torno de 20% a mais, liberando ácidos e enzimas que conseguem dissolver essas formas que estão complexadas no solo e tornando-as mais disponíveis para planta.
Portanto essa tecnologia de fósforo aumenta a produtividade, ela não só faz com que a planta absorva mais fósforo principalmente no seu estágio inicial dando maior arranque no seu cultivo, seu ciclo, mas também confere uma maior produtividade.
Diversas culturas estão em teste e através do produto, o agricultor ganha além de produtividade, rentabilidade, pois estará usando um produto biológico que é mais econômico que um fertilizante químico.
Conforme o produtor usar essa solução biológica, esse item no seu sistema de produção, no seu manejo integrado de nutrientes, no seu sistema integrado, vai poder futuramente diminuir a adubação fosfatada que é cara, além de ser um elemento químico que é o fósforo sintético, é poluente também, comenta a pesquisadora.
Embrapa quer recuperar poupança de R$ 160 bi que produtor tem no solo
O Diretor da Estação Experimental Agrum de Santa Maria, Luis Eduardo Curioletti, comenta que trabalha com a Simbiose há anos desenvolvendo, melhorando posicionamentos, além de encontrar novas fortalezas e valores dos produtos da empresa. Devido a essa parceria, a pesquisa e os testes foram possíveis.
A Simbiose nos apresentou a proposta do produto como um inoculante que potencializasse o efeito de absorção e aproveitamento do fósforo na cultura do milho e da soja. Então discutimos, planejamos um experimento e implantamos no período de safrinha de soja e de milho e avaliamos os efeitos desse produto no desenvolvimento das culturas e na produtividade, destaca Luis Eduardo.
O resultado final foi surpreendente porque as culturas receberam um incremento na produtividade – na cultura do milho foi 20%.
“O que mais nos surpreendeu foram os fatores que construíram esse incremento de produtividade. Observamos que realmente a cultura do milho quando tratada com esse produto, teve um maior arranque inicial, além de diminuir os sintomas de deficiência de fósforo”, conta.
De acordo com Luis Eduardo, enfrentaram ao longo do ciclo de desenvolvimento da cultura um período de veranico e foi nesse momento que se observou a maior virtude do produto, ou seja, uma maior tolerância aos efeitos de estresse hídrico, bem como retardamento no surgimento de folhas senescentes.
“Somados ao resultado de produtividade, consideramos que o BiomaPhos vem também para melhorar o aproveitamento dos nossos insumos, aumentar o potencial produtivo e sobretudo conferir maior estabilidade de produção, conferindo sustentabilidade ao processo da agricultura, garantindo maior lucratividade ao produtor rural”, finaliza Luis.
Inoculante inédito no Brasil é apresentado na Embrapa
O BiomaPhos é uma tecnologia capaz de resgatar um importante nutriente que é o fósforo, esse elemento não é móvel no solo, portanto fica retido através do fertilizante.
Deste modo, o fósforo fertilizado acaba sendo retido nos coloides do solo, na matéria orgânica e a outros elementos, pois em torno de 70% a 80% de todo fertilizante fosfatado no solo fica retido e a planta só absorve entre 20% e 30%.
E a partir dessa tecnologia que é a parceria entre Simbiose, Bioma e Embrapa, desenvolvendo o BiomaPhos, é possível oferecer ao produtor uma ferramenta onde se pode resgatar todo esse fertilizante e disponibilizar para a planta, o que vai refletir em produtividade e ganhos econômicos ao produtor.
É uma grande conquista porque a Simbiose, Bioma e Embrapa são pioneiras, trazendo a primeira ferramenta para que o produtor consiga resgatar isso e transformar essa poupança que ele tem de nutriente fosfato no solo, em produtividade e ganhos financeiros, e isso é muito importante, é um orgulho para a Simbiose, para a Bioma, para Embrapa poder trazer uma tecnologia como essa, conta o Diretor Geral do Grupo Simbiose, Marcelo De Godoy.
Segundo Marcelo, Só a empresa do Grupo Econômico Simbiose, assim como a Bioma fizeram no Brasil mais de 400 experimentos em diferentes culturas e constataram aumento de produtividade em mais de 98% das áreas, o rendimento médio de aumento de produtividade na cultura da soja foi de 10% e no milho 12%.
“Através de uma tecnologia de solubilizar fósforo aumenta-se a produtividade em até 10% ou 12% no milho, é uma ferramenta única, exclusiva, e isso realmente está comprovado por mais de 400 trabalhos feitos em todo o país, não só por nós, mas um trabalho de pesquisa da Embrapa de 18 anos, então estamos lançando uma tecnologia que é resultado de pesquisa de mais de uma década com fundamento longo e cientifico muito forte através da Embrapa”, finaliza Marcelo.