Especialista em melhoramento genético dá orientações sobre como evitar ferrugem asiática e o nematoide de cisto da soja
Para quem cultiva soja, é comum enfrentar problemas como ferrugem asiática e o nematoide de cisto. Essas são duas das doenças mais comuns que aparecem nas lavouras e podem afetar a produção, gerando grandes prejuízos. De acordo com Marilize Oliveira, analista de pesquisa na TMG – Tropical Melhoramento & Genética — empresa brasileira de soluções genéticas de algodão, soja e milho –, há meios de identificar e prevenir essas doenças para evitar perdas.
A ferrugem asiática é provocada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi e é considerada um dos principais problemas enfrentados pelos produtores. “Os sintomas começam com o surgimento de pequenas lesões angulares formando urédias (estrutura de reprodução do patógeno) na parte abaixo da folha. Com o progresso da doença, as lesões ficam com coloração castanho-claro (lesão TAN) ou castanho-avermelhado (lesão RB – “reddish-brown”). O formato dessas lesões é delimitado pelas nervuras das folhas e podem ocorrer em qualquer estádio fenológico da cultura, sendo mais comum após o florescimento. A ferrugem asiática provoca amarelecimento foliar e a planta pode perder as folhas precocemente, o que reduz o número de vagens por planta e de grãos por vagem, além de que o grão gerado tem peso menor”, explica Marilize.
O nematoide de cisto da soja (NCS), Heterodera glycines, é um dos nematoides que vêm causando grandes prejuízos à cultura. “As perdas podem ficar entre 5% e 30% em locais com baixas infestações e chegar a 70% naqueles com maior incidência”, comenta. Mais prevalente no estado de Mato Grosso, principalmente em locais com solos arenosos ou médio-arenosos, o nematoide de cisto da soja é caracterizado por uma ligeira redução no porte da planta, mesmo em regiões com boa distribuição de chuvas e em solos de fertilidade naturalmente mais alta. “Em lavouras onde há uma grande área afetada, é comum ocorrer a morte prematura de plantas”, diz a especialista.
Para prevenir as duas doenças, Marilize recomenda investir em cultivares resistentes desenvolvidas com tecnologias de melhoramento genético específico para cada doença, considerando as condições de solo e clima de cada região. “O melhoramento genético tem um papel importante auxiliando o produtor a evitar perdas de produtividade”, complementa a analista.
A TMG é referência no mercado brasileiro em cultivares desenvolvidas para evitar diversas doenças que afetam a soja, milho e algodão. Para prevenir a ferrugem asiática, a empresa tem cultivares com a tecnologia Inox®, cujo diferencial está na presença do gene de resistência à ferrugem nas cultivares, o que faz com que a planta tenha maiores condições de conviver com a doença no campo. Em relação ao nematoide de cisto da soja, a companhia conta com cultivares com ampla resistência a cisto em diversas condições de clima e solo. A técnica mais efetiva no manejo dos nematoides e menos onerosa ao produtor é o uso de cultivares resistentes, que limitam a reprodução dos nematoides. “O produtor precisa sempre estar atento ao manejo adequado de cada cultivar, seguindo as orientações de acordo com o tipo de solo, o clima e a umidade, além da continuidade no uso de fungicidas e rotação de cultura, assim diminuindo a quebra de resistência da cultivar e a seleção natural do patógeno. Esses cuidados, aliados à tecnologia, podem evitar perdas e assegurar bons resultados na produção”, finaliza Marilize.