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Perspectivas para o controle de doenças na safra de verão 2020/21

Perspectivas para o controle de doenças na safra de verão 2020/21

Em anos de menor precipitação a pressão de doenças é menor. Na área experimental da CCGL, em Cruz Alta – RS, observamos cerca de 460 mm a menos do que o observado na safra 2018/19.

As temperaturas também foram mais altas, em média, cerca de 1,4 °C acima do que na safra anterior. Com isso, a severidade de ferrugem ao final do ciclo, mesmo sem a aplicação de fungicidas, foi baixa, sendo a menor pressão observada nos últimos anos. Com as temperaturas muito altas, mesmo o oídio, fungo que se favorece de condições mais secas, teve pressão considerada de média a baixa, já que temperaturas acima de 29°C costumam limitar o seu crescimento. Para manchas foliares, as severidades também foram baixas. Isso não significa que as aplicações de fungicidas foram desnecessárias.

Dados de pesquisa gerados na safra 2019/20 na CCGL evidenciaram a importância da primeira aplicação de fungicidas (no pré-fechamento de linhas), responsável pela variação no rendimento de grãos de 4 a até 12 sacos por hectare, dependendo de qual fungicida foi utilizado no manejo. Para as demais aplicações as diferenças variaram de 1 a 8 sacos por hectare. Assim, fica clara a importância da primeira aplicação para a sanidade e produtividade da cultura.

Mas como determinamos o que, de fato, seria um manejo seguro de doenças? Como alinhamos isso às previsões de clima, a fim de sermos o mais assertivos possível?

As previsões para a safra de verão 2020/21 são de ocorrência de La Niña, com menores precipitações a serem observadas até o mês de fevereiro. Em anos mais secos, a ferrugem tende a se estabelecer mais tarde. No entanto, o oídio pode estar presente desde o estádio vegetativo. As manchas foliares também, já que o inóculo é proveniente das sementes ou da própria palhada. Sendo assim, para a safra 2020/21 é importante contemplar ativos nas primeiras aplicações que amplo espectro de ação.

Dados históricos demonstram que semeaduras realizadas mais tardiamente em anos de La Niña (a partir da segunda quinzena de novembro) tendem a ser menos impactadas pelo déficit hídrico, já que o período de menos chuva, coincidiria com menor área foliar da planta. Se as semeaduras forem mais tardias, a presença de um componente curativo, como misturas contendo triazois, já nas primeiras aplicações também será importante.

Não podemos nos esquecer do efeito fisiológico de alguns fungicidas sobre as plantas de soja. Desta forma, o uso de fungicidas sítio-específicos e multissítios com comprovada ação sobre a fisiologia da planta podem atenuar os possíveis efeitos causados pelo uso de fungicidas em condições de estresse hídrico. É importante salientar que geralmente as aplicações noturnas e com maior volume de água são preferenciais em anos de estresse hídrico. Os intervalos de aplicação em anos mais secos podem ser um pouco mais flexíveis, mas as decisões devem ser tomadas com base no monitoramento, na sanidade e na fisiologia das plantas. 

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