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O papel da resistência genética na safra gaúcha de trigo

O papel da resistência genética na safra gaúcha de trigo

Em meio à ocorrência de um severo El Niño, dia de campo realizado em Ijuí (RS) destaca práticas de manejo que visam maior segurança na lavoura

O Rio Grande do Sul se encaminha para o terço final da safra de trigo de 2023, que apresentou diversos desafios para o agricultor, sobretudo por conta da excessiva quantidade de chuvas que ocorreram no estado, pelo já projetado El Niño. O longo período de umidade, que no mês de setembro somou mais de 400 milímetros em diversas regiões gaúchas, somado com as temperaturas elevadas, abriu portas para doenças incomuns na realidade rio-grandense.

É o caso da brusone da espiga, que não ocorria no estado desde 2014, e da estria bacteriana (Xanthomonas), enfermidades características do Cerrado brasileiro. Além delas, a giberela se fez presente em diversas lavouras de trigo no estado.

Porém, com todos esses desafios, o produtor teve na resistência genética das cultivares um aliado para auxiliar no manejo de suas lavouras.

“Se esse cenário fosse encarado com genéticas que cultivávamos há uma década, teríamos perdas muito mais significativas do que as vistas atualmente. É um cenário que a genética está ajudando a contornar”, destaca o supervisor comercial da Biotrigo, Gustavo Posser.

E tendo em vista a orientação para o melhor manejo das genéticas disponibilizadas pela Biotrigo, cerca de 300 pessoas, dentre multiplicadores de sementes, assistentes técnicos e representantes da indústria moageira, especialmente da região das Missões, participaram do Dia de Campo Biotrigo 2023. O evento ocorreu nesta quinta-feira (5), em Ijuí (RS).

Eventos como esse representam uma grande oportunidade para a cadeia tritícola olhar a campo os novos lançamentos da Biotrigo no ano. Mas na edição de 2023 do evento, os participantes também puderam conferir diversos conteúdos técnicos relacionados à plantabilidade, extração e exportação de nutrientes em trigo e manejo de doenças da cultura, como a giberela, fatores-chave no manejo da lavoura.

“Recebemos um seleto grupo de técnicos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, então as informações repassadas no dia de campo serão multiplicadas, para que todo esse conteúdo, aliado com a nossa genética e com o manejo adequado, aumente a taxa de sucesso do produtor com a cultura do trigo”, aponta o gerente regional comercial sul da Biotrigo, Tiago de Pauli.

A evolução de TBIO Audaz

Segundo Tiago, TBIO Audaz está entre as variedades de trigo mais semeadas da região gaúcha das Missões ao longo dos últimos quatro anos. E um dos três lançamentos apresentados pela Biotrigo no Dia de Campo de Ijuí 2023 foi justamente a evolução dessa cultivar. Biotrigo Talismã, que também possui um ciclo precoce, oferece ao agricultor um perfil muito similar à sua antecessora, mas com importantes ganhos em potencial de rendimento e pacote fitossanitário.

“Especialmente em 2023, Talismã vem mostrando o quanto as suas fortalezas se destacam em anos úmidos. De forma geral nas lavouras da região, a cultivar suportou bem a incidência de mancha amarela no início do ciclo. Talismã também chamou a atenção ao seu comportamento para brusone da espiga e bacteriose, além de giberela, doença a qual possui um excelente nível de resistência”, menciona.

Em comparação a Audaz, os ensaios realizados pela Biotrigo ao longo de três anos mostram que Talismã teve um rendimento ainda maior que a cultivar, considerando uma média no país, fato relevante devido ao alto potencial produtivo de Audaz, reconhecido no mercado.

Mercado de ciclos médios ganha cultivar elite

E por falar em produtividade, essa é a característica que melhor resume Biotrigo Titan, outro lançamento da empresa no ano. O material, que conta com um excepcional potencial de rendimento, oferece uma ótima versatilidade de semeadura, devido ao seu ciclo médio.

“O produtor tem uma forte demanda por esse ciclo, pois ele permite com que a cultivar possa ser semeada mais cedo ou mais tarde na janela”, conta Tiago.

Em termos de sanidade a doenças, Titan apresenta grande equilíbrio, um dos fatores que contribui com a ótima estabilidade de produção da cultivar. Além da alta força de glúten (W), a cor clara de sua farinha vem ganhando destaque nos testes já efetuados na indústria moageira.

Benefícios na região das Missões

Outro lançamento apresentado a campo foi Biotrigo Sentinela, cultivar que representa a introdução dos trigos de ciclo largo no país. O ciclo oferece ainda mais tempo de cobertura de solo em comparação aos trigos de ciclo médio/tardio, como TBIO Ponteiro, por exemplo. Esse fator, por sua vez, traz benefícios importantes para a região, conforme Tiago.

“Os produtores das Missões tendem a colher a soja tendo uma janela prolongada até a implantação das culturas de inverno. Com Sentinela, ao final da colheita da soja, haverá a oportunidade da semeadura de forma mais antecipada, o que oferece vantagens na conservação do solo, ciclagem de nutrientes, melhor manejo integrado de plantas daninhas, entre outras”, afirma.

Junto a esses benefícios no sistema de produção, o agricultor terá em Sentinela um material capaz de competir agronomicamente com outras cultivares amplamente semeadas na região, como o próprio TBIO Ponteiro.

“Na média de nossos ensaios, observamos que quando Sentinela é semeado em sua janela adequada, com semeadura antecipada, ele apresentou ainda mais produtividade que Ponteiro”, conta.

Em termos de sanidade, o material também vem chamando atenção pela sua rusticidade, fator que, junto a um período vegetativo mais longo, agrega em maior estabilidade produtiva.

Novidades disponíveis na próxima safra

TBIO Motriz e TBIO Capaz, lançamentos de 2022, também foram exibidos no Dia de Campo. De acordo com Gustavo, Motriz vem mostrando excelente condição nas lavouras da região, mesmo com os desafios apresentados no ano.

“Motriz traz uma evolução muito grande frente a Toruk, cultivar que era sua antecessora, se compararmos a resistência à brusone da espiga, bacteriose e giberela. Nesses aspectos, Motriz está apresentando mais segurança e estabilidade a campo”, pontua. Ainda, a cultivar apresenta um ótimo nível de resistência à mancha amarela, fato importante para a região. “Mancha amarela é um problema recorrente nas safras missioneiras, dada a prática de monocultivo na região, que é o plantio de trigo sobre trigo em safras subsequentes”, indica.

Em termos de rendimento, o material possui um altíssimo potencial produtivo.

“É um trigo que tem um perfilhamento agressivo e com alta viabilidade, assim como um elevado vigor de planta. Por isso, não se tem a necessidade de colocar uma alta densidade de plantas”, complementa Gustavo.

Já TBIO Capaz, cultivar superprecoce, concilia uma característica de farinha branqueadora com os atributos de trigos elite de portfólio, fator demandado pelo mercado de branqueadores.

“Eu vejo que Capaz pode ir muito além do que outros branqueadores já foram, devido ao seu pacote agronômico moderno, excelente sanidade no campo e alta produtividade”, diz.

As cultivares apresentadas no Dia de Campo Biotrigo 2023 variam em ciclo, característica de farinha e outros atributos. Mas, algo que todas elas possuem em comum é a preocupação com a resistência genética a doenças de difícil controle e à germinação em pré-colheita, fatores cruciais dentro do programa de melhoramento da Biotrigo.

“A empresa possui como missão a procura constante pelo lançamento de mais e melhores cultivares nesses quesitos, para que o produtor tenha na genética Biotrigo um aliado na busca por mais segurança na lavoura e rentabilidade na produção”, finaliza Tiago.

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