Somente na soja os lagarticidas da empresa australo-americana foram utilizados numa área de 250 mil hectares; companhia detecta tendência de integração de produtos biológicos às práticas de tratamento do produtor.
A procura por inseticidas para controle de lagartas impulsionou o negócio da AgBiTech na safra 2018-19, que marca o primeiro ciclo comercial do grupo australo-americano no Brasil.
Segundo o diretor da AgBiTech América Latina, Adriano Vilas-Boas, os inseticidas biológicos da empresa, da categoria ‘baculovírus’, foram empregados no tratamento de mais de 250 mil hectares de soja e, no algodão, devem chegar a 260 mil hectares.
Vilas-Boas assinala que o bom desempenho alcançado antecipou o planejamento da AgBiTech para a próxima safra no Brasil. “A empresa trará novos produtos, ampliará a capacidade de sua fábrica no Texas (Estados Unidos) e elevará de 12 para 32 o número de engenheiros agrônomos da equipe técnica”, revela Vilas-Boas.
Segundo Vilas-Boas, no ano que vem a AgBiTech espera atingir em torno de 2 milhões de hectares tratados com baculovírus de sua marca nas lavouras brasileiras de soja e algodão.
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“Entre pequenas, médias e grandes propriedades, chegamos a 200 áreas comerciais acompanhadas na safra 2018-19. O índice de aprovação aos produtos, por parte de agricultores, ficou acima de 80%”, comemora Vilas-Boas.
Ele acrescenta que a estabilidade do controle de lagartas e a redução de 10% a 20% nas despesas com inseticidas, foram reconhecidas pelos produtores entre os principais benefícios do tratamento com baculovírus.
Vilas-Boas revela, ainda, que sojicultores brasileiros escolheram baculovírus como ferramenta auxiliar do ‘manejo de resistência’, uma técnica baseada na rotação entre inseticidas de ingredientes ativos diferentes, cujo objetivo é evitar que pragas-alvo de inseticidas químicos se tornem imunes a estes produtos.
O pesquisador da Fundação Chapadão (MS), Germison Tomquelski, que colaborou no desenvolvimento dos produtos da AgBiTech, atesta que os baculovírus agiram com eficácia sobre lagartas-problema da soja quando aplicados isoladamente e também nos programas em que houve rotação com inseticidas químicos.
“Observamos em lavouras experimentais e em grandes áreas de soja que os vírus são de fato bons inseticidas. Estes produtos controlaram com eficiência às lagartas Helicoverpa, Chrysodeixis e Spodopteras”, ressalta Tomquelsk.
“Trata-se de produtos com menor impacto no meio ambiente, seletivos a inimigos naturais de pragas importantes das lavouras e que permitem reduções nos custos do produtor.”
Ainda de acordo com o pesquisador da Fundação Chapadão, os baculovírus ‘protegem’ inseticidas convencionais frente ao potencial aumento da resistência de pragas a moléculas químicas em linha no País, um fenômeno observado no campo, de maneira crescente, safra após safra.
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Para o pesquisador Márcio Fernandes Peixoto, consultor e professor aposentado do Instituto Federal Goiano, a permanência de vírus nas lavouras após a morte de lagartas, efeito resultante do modo de ação dos produtos biológicos da AgBiTech, constitui outro diferencial tecnológico relevante.
“A ocorrência da autoinfecão prolonga o período de controle de lagartas e ajuda a reduzir custos”, afirma Peixoto.
Gerente agrícola de um dos grandes grupos brasileiros produtores de soja, o engenheiro agrônomo Luis Vígolo conta que optou pelos baculovírus da AgBiTech para controlar espécies de lepidópteros nas lavouras da empresa.
“Inovamos e ficamos bastante satisfeitos com o desempenho dos vírus.”
De acordo com Vilas-Boas, da AgBiTech, o desenvolvimento dos baculovírus da empresa na fronteira agrícola nacional exigiu investimento representativo e começou em 2014. Até hoje, diz o executivo, foram realizados mais de 200 experimentos de larga escala.
“Graças a esse modelo, obtivemos sucesso na primeira safra comercial e já identificamos uma forte tendência de o produtor incorporar os baculovírus aos programas de controle de pragas nos próximos ciclos”, finaliza Vilas-Boas.
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