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Inverno: uma nova oportunidade

Inverno: uma nova oportunidade

Inverno: uma nova oportunidade

Na safra 2019/20 alguns conceitos se consolidaram, o primeiro é o fato de não existir a previsão correta, sempre há uma probabilidade de erro que pode ser de 10%, 5% ou 1%, ou seja, de cem oportunidades 10, 5 ou 1, podem dar errado.

Com raras exceções de acertos, as nossas previsões do tempo tem se mostrado pouco confiáveis, principalmente para aquelas com mais de uma semana. O outubro, novembro e dezembro de 2019 embaralharam as tendências, exigindo resiliência e a necessidade de sair do ar condicionado para entender o que estava acontecendo no campo.

A agricultura está mudando, isso alavancada pela busca de produtividade e eficiência. Elas fazem com que o conhecimento e a geração de informação sejam valorizados. Embora não possuímos estatísticas claras, se voltarmos 10 anos e analisarmos a quantidade de estações experimentais, é significativa a evolução, contudo, o que mais evoluiu foi o investimento e a valorização da geração de informação regional. Essa necessidade só irá aumentar.

PIB do agronegócio cresceu 3,81% em 2019

Antes de afunilar o conhecimento, acredito que há muito do básico para ser feito. Porém, tendo o básico bem feito como pressuposto, a especificidade de manejo passará a fazer a diferença, não havendo padrão, mas, sim, condições para a máxima expressão gênica, culminando em picos produtivos. Neste contexto, a pesquisa está desafiada a gerar informações que resultem para determinado local, época de semeadura e tipo de solo: qual manejo, cultivar, manejo nutricional e manejo fitossanitário entregará a maior eficiência produtiva.

Um importante destaque são o “Big data” e a inteligência analítica deixarem de ser tendências e se tornarem a realidade. No mundo dos insetos, dois erros ficaram evidentes: a estimativa que a densidade populacional de percevejos seria elevada e dezembro seria um mês com eminente pressão de lagartas. Erramos também na tripes, não estimamos que os impactos causados por ela seriam superiores as doenças na cultura da soja. Erramos também na espécie de percevejo, onde vemos o percevejo barriga-verde tomar conta e gerar impactos mais expressivos que o percevejo-marrom.

Precisamos acertar mais e esse acerto começa no inverno através das oportunidades de manejo, por isso, alertamos:

– Cuidado com os surtos de lagarta do cartucho-do-milho no início do desenvolvimento das culturas;

– As populações de percevejos devem ser manejadas durante o emborrachamento;

– Tripes se desenvolve nas culturas de inverno;

– Estratégias de manejo feitas no inverno refletem nas populações de insetos do verão.

 

Prof. Dr. Maurício Pasini

Engenheiro Agrônomo, Especialista em Geomática e Doutor em Agronomia. Professor, Coordenador do Laboratório de Entomologia e da Área Experimental na Universidade de Cruz Alta, Diretor Técnico da SEARCA, Integrante da Câmara Setorial de Agronomia no CREA-RS e Consultor e Pesquisador na INTAGRO Pesquisa e Desenvolvimento.

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