Chuvas devem ficar acima da média em todo o Norte e Nordeste do Brasil. No Sul, o cenário requer muita atenção
O atual evento do El Niño ficará registrado como um dos cinco mais intensos da história, desde que os registros são realizados. Após sua alta intensidade no final do ano passado, o fenômeno passou a perder força e espera-se que seja neutralizado nos próximos meses. Seus efeitos para a produção agrícola nacional foram bastante nocivos, sendo responsável inclusive pela quebra da safra esperada da soja. Se o enfraquecimento desse evento pode ser comemorado, a chegada de La Niña ainda neste ano requer atenção.
O boletim divulgado pelo NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) na última semana apontou a manutenção da expectativa em relação à ocorrência de La Ninã a partir do outono – no Brasil, essa estação tem início em 20 de março. Esse evento traz impactos significativos, especialmente com relação à safra verão.
“Em eventos de La Niña existe a tendência de as precipitações ficarem acima da média em todo o Norte e Nordeste brasileiro. Para a região Centro-Oeste o padrão é de manutenção de chuvas em boas quantidades, dentro da normalidade. Nas últimas três safras, os recordes de produção no Centro-Oeste foram obtidos em condições de La Niña”, afirma o meteorologista e diretor da ignitia Inteligência Climática, João Rodrigo de Castro.
Contudo, Castro adverte que em uma região específica do país é preciso atenção redobrada.
“No Sul do Brasil, Uruguai e Argentina, o padrão comumente observado na presença de La Niña é preocupante sob o ponto de vista agrícola, isso porque nessa condição climática as precipitações tendem a ser bastante irregulares. Nos últimos anos, grandes quebras foram observadas no Sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul”, conclui.
Segundo dados levantados pela ignitia Inteligência Climática, atualmente, a probabilidade de termos uma La Niña ao longo da safrinha é de aproximadamente 70%. Já para o início da campanha 2024/2025 a probabilidade de incidência já é de quase 80%.
Fonte: Ignitia Inteligência Climática