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Produtores de feno irrigado por gotejamento têm aumento na rentabilidade com aumento cortes e feno tipo A

Produtores de feno irrigado por gotejamento têm aumento na rentabilidade com aumento cortes e feno tipo A

Nos últimos anos, a produção de feno no Brasil tem experimentado um crescimento significativo, impulsionado pela crescente conscientização dos produtores sobre a importância da suplementação volumosa dos animais durante a entressafra forrageira. Contudo, o mercado ainda apresenta um déficit em relação à oferta de feno na época seca, levando muitos produtores a procurarem alternativas, como a irrigação, para produzir feno o ano todo. Isso permite aproveitar momentos de baixa oferta e preços mais elevados, aumentando a rentabilidade da fenação.

Na cidade de Pereira Barreto, o produtor Felipe Braga adotou a tecnologia de irrigação por gotejamento subterrâneo da Netafim em seu campo de Tifton 85 e tem constatado um aumento significativo tanto na produtividade quanto na qualidade do feno. Com foco em feno de alta qualidade, ele investe na irrigação e na fertirrigação para obter feno “tipo A”, garantindo um preço melhor de venda.

No que diz respeito à produtividade, um bom manejo de água e nutrição, aliado às condições de temperatura e luminosidade da região, permite ao produtor realizar de 8 a 10 cortes por ano. Com a irrigação, o produtor tem a possibilidade de antecipar os cortes nos meses de setembro e outubro, quando a chuva ainda não se estabeleceu na região, e realizar mais cortes nos meses de abril e maio, época em que as chuvas se tornam mais escassas, mas ainda há condições de temperatura e luz que favorecem o desenvolvimento da forrageira.

Essa versatilidade que o sistema de irrigação proporciona em oferecer água e nutrientes no momento que a planta necessita possibilita o aumento de 4 a 5 cortes por ano, dependendo da região. Ou seja, o produtor pode praticamente dobrar sua receita comparado à produção de feno na condição de sequeiro. Além do aumento de produtividade, a Fazenda Yasmin tem conseguido um maior número de cortes de feno Tipo A. Segundo o consultor da fazenda, o engenheiro agrônomo Rodolfo Cyrineu, especialista em produção de feno e pré-secado, o feno tipo A não deve ser classificado com base no cheiro ou coloração, pois esses fatores são apenas indícios de um feno de qualidade. “É necessário seguir os padrões da Embrapa”, afirma Cyrineu.

O Tifton irrigado por gotejamento subterrâneo da Fazenda Yasmin atingiu os padrões estabelecidos pela Embrapa, que são: umidade até 15%, Proteína Bruta (PB) (%MS) >13%, e Fibra em Detergente Neutro (FDN) (%MS) <65%, de acordo com análise bromatológica realizada pela fazenda.

Análise bromatológica do feno irrigado por gotejamento subterrâneo.

Um dos principais fatores que impactam na melhoria da qualidade do feno, excluindo os fatores ambientais, é a fertirrigação. A fertirrigação permite que o produtor faça adubação toda vez que aciona o sistema para irrigar; o maior parcelamento da adubação aumenta a eficiência da nutrição, reduzindo perdas por lixiviação e volatilização, principalmente quando falamos dos adubos nitrogenados. O potássio, ao qual os capins do gênero Cynodon são altamente exigentes, também pode ser parcelado ao longo do crescimento da planta, o que impacta diretamente no maior aproveitamento do nutriente aplicado, refletindo no aspecto nutricional do feno.

De acordo com a análise bromatológica, observa-se bons níveis de nutrientes nas amostras, o que prova que a nutrição realizada por meio da fertirrigação tem contribuído para a melhoria da qualidade do feno produzido na fazenda. Em suma, a adoção da tecnologia de irrigação por gotejamento subterrâneo tem se mostrado uma estratégia altamente eficaz para os produtores de feno, como demonstrado pelo caso de Felipe Braga na cidade de Pereira Barreto. Isso não apenas aumenta a produtividade, mas também melhora a qualidade do feno.

Assim, fica claro que a implementação da irrigação pode representar uma mudança significativa no panorama da produção de feno no Brasil, oferecendo aos produtores uma fonte de renda mais estável e lucrativa ao longo do ano.

Por João Silva, especialista agronômico da Netafim

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