As expectativas são positivas para a economia neste ano de 2020. Após a forte recessão que o país passou entre 2014 e 2016, desde 2017 o PIB vem crescendo por volta de 1,0% ao ano. Para 2020, as expectativas são de um crescimento mais robusto, acima de 2,0%. Choques, no passado, fizeram com que o crescimento desses três anos pós recessão fossem impactados negativamente.
Em 2018, houve a greve dos caminhoneiros, além da incerteza eleitoral. Ano passado, houve o Brumadinho, a crise argentina, além da incerteza internacional, com a questão da guerra comercial entre China e EUA. Segundo estimativas do Banco Central, esses três choques “tiraram” 0,7 pontos percentuais do PIB de 2019. Ou seja, ao invés de ter crescido 1,2% (projeção do IBRE/FGV e mediana das expectativas de mercado, de acordo com o Boletim Focus, do BC), o PIB poderia ter sido de 1,9%.
Coronavírus causa impacto em eventos e economia
A grande “conquista” na economia em 2019 foi a aprovação da reforma da previdência, com uma economia bastante robusta, mesmo com as chamadas “desidratações”. Além disso, a economia é o dobro da reforma (que não foi aprovada) do Governo Temer. Porém, a reforma da previdência é importante para não permitir que o déficit continuasse crescente, que a dívida não subisse mais ainda. Mas a reforma, por si só, não garante nem crescimento nem geração de emprego.
Claro que, pelo canal das expectativas, a reforma também tem ganhos no curto prazo. O risco país do Brasil, por exemplo, está em níveis bastante confortáveis. A bolsa já superou há muito tempo o patamar dos cem mil pontos, estando no patamar de 110 / 115 mil pontos. Porém, para o país poder ter um crescimento mais robusto no futuro, outras reformas precisam ser feitas, como a tributária, entre outras.
A melhoria do ambiente de negócios também é bastante importante para aumentar os investimentos, que se retraíram muito nesses anos de recessão e recuperação lenta e gradual. Nesse aspecto, a MP da Liberdade Econômica também vai na correta direção, assim como a reforma trabalhista feita na gestão Temer.
A taxa básica de juros, que em setembro de 2016 estava em 14,25%, recuou bastante, até chegar aos 6,5% em março de 2018, sob a gestão do Ilan Goldfajn na presidência do Banco Central. Com o Roberto Campos Neto na autoridade monetária, a Selic baixou mais ainda, para 4,25%. Isso deverá ser um dos principais pontos que possivelmente vão ajudar o crescimento do PIB em 2020. E essa retomada mais forte da economia é fundamental para a diminuição do desemprego, variável mais sensível para a população, e que ainda se encontra em níveis elevados (acima dos 11%).
A inflação, notícia positiva da economia nos últimos tempos, que chegou a ser de 10,7% em 2015, e recuou para 2,95% em 2017, 3,75% em 2018 e 4,31% em 2019. É importante frisar que muito dessa alta dos preços no final do ano passado foi em virtude do choque da carne, que deve se dissipar ao longo dos próximos meses.
Somente a carne foi responsável por 20% da inflação de 2019. As medidas de núcleo fecharam o ano, em média, de 3,1%. Ano passado foi a primeira vez, após 14 anos consecutivos, em que a meta de inflação foi menor (4,25%) do que os 4,5%. E, para 2020, as expectativas indicam uma inflação abaixo de 3,5%, novamente abaixo da meta (4,0% nesse ano).
Então, esperamos que essas expectativas (positivas) aconteçam em 2020, com uma recuperação mais forte da economia brasileira!!