A colheita da noz pecã no Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro da fruta, iniciou no mês de abril e deve ser a maior de todos os tempos.
Embora os órgãos do estado ainda não tenham divulgado os volumes oficiais, muitos produtores não têm dúvida que a safra 2018/19 será a melhor em termos de produtividade de todos os tempos.
Em Cachoeira do Sul, os pomares da Paralelo 30 atingiram uma produtividade tão expressiva, que os administradores da propriedade pretendem realizar uma colheita auditada para oficializar os resultados atingidos na propriedade.
A expectativa dos administradores é colher numa área de 80 hectares mais de 200 mil quilos de nozes. Isso representa uma média de 3 toneladas por hectare, com alguns talhões atingindo até 4 toneladas por hectare.
O engenheiro agrícola e administrador da Paralelo 30, Jorge Porto, destaca que a produtividade é a maior dos últimos 10 anos.
“Conseguimos atingir um grau de excelência muito grande em nossos pomares, igualando a produtividade dos principais países produtores. Utilizamos um maior número de plantas por hectare, genética adaptada a região e um manejo específico de condução e o resultado foi excelente. Por isso, para comprovar esse desempenho vamos convidar algumas entidades para realizar uma colheita auditada”, afirma.
A colheita no pomar da Paralelo 30 será comemorada com a realização do Dia de Campo, um evento técnico festivo, no dia 27 de abril, para compartilhar os resultados e levar informações técnicas sobre a evolução e melhorias da cultura.
Além de palestras, haverá estações técnicas para atender o público presente, demonstração de manejos e cuidados no cultivo da pecã.
Os organizadores esperam reunir cerca de 350 produtores e interessados na noz pecã, que poderão participar da colheita da fruta.
Rentabilidade
O investimento em fruticultura vem ganhando espaço no Brasil, com ênfase para frutas não tão convencionais, como é o caso da noz pecã.
Como grande produtor agrícola, o RS também encontra na pecanicultura uma alternativa para cultivar plantas que sejam menos atingidas pelas instabilidades climáticas.
Os produtores convencionais de soja ou milho, por exemplo, nem sempre conseguem manter uma média de rentabilidade num período de 10 anos com essas culturas tradicionais, devido aos fatores de mercado ou climáticos.
De acordo com o engenheiro agrícola, Jorge Porto, a rentabilidade das culturas tradicionais como a pecuária, por exemplo, onde 250 a 300 quilos de boi por hectare equivale R$ 1.300 a R$ 1.500 por hectare, gera um lucro líquido de aproximadamente R$ 600 a R$ 700 por hectare, já na soja a rentabilidade líquida não passa de R$ 1 mil por hectares/ano na média, devido ao custo de produção.
Além disso, o mercado, considerado promissor, aliado aos benefícios à saúde, à fácil adequação com outras culturas, como por exemplo, a ovinocultura, bovinocultura, sombreamento de aviários e animais, e os preços esperados para comercialização da fruta, tornam atraentes o seu cultivo.
Programação do Dia de Campo
8h30min: Regulação da dinâmica radicular; com o engenheiro agrônomo José Antônio Arias;
9h15min: Controle biológico de pragas e doenças; com a gestora em agronegócios Maiara Bertoldi;
10 horas: Experimentos de poda, com Mestre Jonas Hammann;
10h30min: Instituto Brasileiro de Pecanicultura, com a presença do presidente Carlos Scheibe;
10h45min: Alta produtividade em nozes, com engenheiro agrônomo Matias Boris Bianchini;
13h30min: Prática de colheita: classificação e secagem.
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