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Por que é importante fazer a suplementação de bovinos?

Por que é importante fazer a suplementação de bovinos?

O sistema de criação de bovinos baseado na exploração de forragem é preponderante no Brasil. Por este motivo, pecuaristas que não compreendem a relação e a interação (solo – planta –animal), dificilmente utilizarão os recursos disponíveis de maneira eficiente.

Contudo, bovinos manejados em regime de pasto têm como principal fonte de alimento a forragem, que possui oferta e valor nutricional (qualidade) variável ao longo do ano.

A estação da seca  é marcada pela menor oferta de forragem – consequência da quantidade reduzida de água, baixa temperatura e menor fotoperíodo.

Em adição, o valor nutricional desta forragem normalmente é inferior, pois quase sempre é oferecida aos animais com idade de crescimento mais avançada.

Sistema de produção a pasto ou a grão?

Como evitar a perda?

Para evitar a perda de bovinos manejados em regime de pasto, neste período, pecuaristas investem em tecnologia de suplementação a pasto e substituem minerais linha branca pelos proteicos, proteico-energéticos ou rações de semiconfinamento.

Entretanto, estes suplementos disponibilizam além dos macros e microminerais, carboidratos não estruturais, proteína e aditivos melhoradores de desempenho. Como resultado, o ambiente ruminal é enriquecido com nitrogênio e nutrientes digestíveis totais fermentescíveis.

Adubação foliar incrementa produtividade das pastagens brasileiras

Os microrganismos se tornam mais eficientes ao degradar fibra, os bovinos aumentam a ingestão de alimento e ganham mais peso. A suplementação com fontes protéicas na estação da seca é mais disseminada e compreendida no campo, quando comparada ao mesmo procedimento adotado no período das águas.

Estações

Na estação chuvosa a forragem se apresenta verde e abundante, o que reduz consideravelmente o uso de suplementos proteicos, proteico-energéticos e rações.

Ademais, na estação das águas, o fornecimento de 80 g de suplemento mineral contendo macro e microminerais  propiciará aproximadamente 400 a 500 g de peso vivo (PV)/ animal / dia, caso não haja restrição de qualidade e oferta de alimento volumoso.

Este é o principal motivo pela menor suplementação protéica nas águas, porém a eficiência alimentar e desempenho dos animais poderiam ser bem superiores.

É importante ressaltar que a adoção de suplementos que forneçam somente minerais no verão não é uma prática incorreta, pelo contrário, o não fornecimento destes minerais resultaria em perdas produtivas e reprodutivas.

No entanto, a suplementação com fontes adicionais de proteína e carboidratos de rápida degradação ruminal resultam em:

  • Maior desempenho em pastagens manejadas intensivamente. É necessário fornecer carboidratos visando à sincronização com a porção solúvel e de rápida degradação ruminal da proteína disponível na forragem.
  • Maior desempenho em pastagens manejadas de maneira mais leniente. É preciso o aporte de proteína verdadeira (aminoácidos), o que resultará em maior consumo e digestibilidade do alimento.

Embora o incremento de desempenho é necessário, visto que a constante valorização da terra, maior preço da reposição e o incremento dos custos de produção obrigam a atividade pecuária a se tornar cada vez mais eficiente.

Apenas o aumento do teor de proteína bruta e dos nutrientes digestíveis totais (NDT) do capim, no período das águas, não é suficiente para um ganho de peso adicional dos animais.

Mais investimento

A suplementação resultará em maior investimento, porém a compensação virá com o aumento de peso e da produtividade. O período de engorda de um animal suplementado com proteinado, em comparação ao ruminante que recebe apenas mineral linha branca, é inferior.

Este sistema acarreta no ganho indireto de poder retirar o animal mais cedo do pasto, disponibilizando o espaço para outro bovino, que iniciará o processo de recria ou engorda.

Reposição adequada é fundamental para a sustentabilidade da fazenda

Portanto, é fundamental que o produtor de proteína de origem animal avalie não somente o quanto investirá na alimentação complementar. É preciso também avaliar o retorno do capital investido quando a suplementação é realizada de maneira correta.

 

José Leonardo Ribeiro

Zootecnista, Doutor em Agronomia e Gerente de Produtos ruminantes do Grupo Guabi.

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