fbpx

MAPA declara emergência no Rio Grande do Sul por possível surto de Doença de Newcastle

MAPA declara emergência no Rio Grande do Sul por possível surto de Doença de Newcastle

Estado ficará 90 dias sob vigilância no zoossanitária

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) declarou estado de emergência zoossanitária no estado do Rio Grande do Sul devido à detecção do vírus patogênico da Doença de Newcastle (DN) em aves comerciais. A medida, publicada nesta sexta-feira (19/07), visa a implementação de uma vigilância epidemiológica mais ágil e a aplicação de procedimentos rigorosos de erradicação estabelecidos no Plano de Contingência de Influenza Aviária e Doença de Newcastle. A emergência vale por 90 dias.

Impacto econômico e histórico da doença

A DN é considerada a mais devastadora entre as doenças que afetam a criação de aves, com elevados custos de erradicação, enfrentamento de surtos e perdas de mercado. O primeiro relato no Brasil ocorreu em 1953, nas cidades de Belém (PA) e Macapá (AP). Desde então, o país tem enfrentado esporadicamente novos casos, sendo os últimos confirmados em 2006 nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.

Medidas de controle e prevenção

O Plano de Contingência estabelece diversas ações para conter o surto. Estas incluem o sacrifício ou abate de todas as aves nos locais afetados, higienização e desinfecção do ambiente, implementação de protocolos de segurança sanitária, delimitação de áreas de proteção e vigilância em um raio de 10 km, bem como a criação de barreiras de controle. Tais medidas têm como objetivo erradicar o foco de contaminação e impedir a disseminação da enfermidade para outras regiões.

Confirmação do surto

No dia 17 de julho, o Mapa confirmou o diagnóstico positivo para a DN no município de Anta Gorda (RS). A análise foi realizada pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP), reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como laboratório de referência internacional para o diagnóstico da doença. A investigação epidemiológica do caso foi conduzida pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi).

Segurança alimentar e recomendações ao consumidor

O Mapa reforçou que as pessoas não precisam interromper com o consumo de carne de frango e ovos, inclusive provenientes da região afetada. Os produtos avícolas passados pela inspeção do Serviço Veterinário Oficial (SVO) continuam seguros e sem restrições. As práticas de controle têm como objetivo assegurar que a Doença Newcastle não comprometa a qualidade dos alimentos destinados ao consumo.

Relevância econômica

No Brasil, o Rio Grande do Sul se destaca como o terceiro principal fornecedor de carne de frango. Durante os primeiros seis meses de 2024, a região enviou para o exterior 354.207 toneladas do produto, resultando em uma receita de US$ 630,1 milhões. Esses números correspondem a 13,82% da arrecadação total do país com a venda de carne de frango no mercado internacional, representando também 14,1% do volume total exportado pelo Brasil no período, conforme informações fornecidas pela Agrostat.

Romário Alves, CEO e fundador da Sonhagro, empresa líder no setor, comentou sobre a gravidade da situação: “Essa doença tem um impacto direto na produção, exportação e empregos do setor, além de afetar indiretamente outros segmentos, como o comércio varejista e atacadista. É essencial tomar medidas eficazes para conter a propagação da doença e minimizar os impactos econômicos negativos”.

A declaração de emergência zoossanitária e a implementação das medidas de controle são passos essenciais para proteger a indústria avícola brasileira e manter a confiança dos mercados internacionais. A vigilância contínua e a colaboração entre as autoridades de saúde animal e os produtores são fundamentais para superar este desafio.

display: block

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *