Atualmente, 60% dos processos que envolvem o programa de melhoramento genético de soja já são beneficiados com recursos como etiquetas de rastreabilidade; empresa investe também em drones e no teste com robôs
Com o objetivo de aprimorar cada vez mais os processos de melhoramento genético e embasar a tomada de decisões estratégicas, a TMG – Tropical Melhoramento & Genética –, empresa brasileira de soluções genéticas para algodão, soja e milho, que trabalha para entregar inovação ao campo – tem investido, nos últimos anos, em novos recursos tecnológicos para abastecer um banco de dados exclusivo com informações coletadas em diferentes fases do desenvolvimento de cultivares. Entre as ferramentas utilizadas estão as chamadas RFID (“Radio Frequency Identification”), etiquetas de rastreabilidade equipadas com chips que identificam, rastreiam e armazenam dados.
De acordo com André Faria, Coordenador de Pesquisa na TMG, atualmente 60% dos processos que envolvem o acompanhamento de cultivares de soja desde a colheita até a preparação para plantio são beneficiados com o uso das etiquetas.
“Hoje, conseguimos identificar parcelas de cultivares com mais precisão e agilidade, além da redução de ciclos de análises de resultado. Essa identificação nos permite saber em que etapa do processo de Preparo de ensaios cada amostra está, suas características e os resultados de cada teste, desde o primeiro plantio, ainda na Pesquisa, até o envio ao setor de Produção de Sementes. Isso contribui para que o time de Pesquisadores tenha os dados que precisa mais rapidamente e tome decisões sobre quais amostras devem seguir para as próximas fases”, diz.
A adoção das etiquetas, de acordo com Faria, possibilitou agilidade no manuseio de milhares de parcelas plantadas no último ano, algo que seria impraticável sem o uso da ferramenta. Embora a empresa ainda não tenha implementado essa tecnologia em 100% de seus processos, o profissional pontua que a intenção é alcançar a abrangência total em breve.
“Atualmente, estamos trabalhando para também aplicar o recurso nos programas de melhoramento genético de milho e algodão”, complementa.
Além dos recursos de rastreabilidade, a TMG tem incorporado a utilização de drones na sua operação, que permitem por meio do processamento de imagens, a identificação de características (fenômica) ao longo de diferentes fases dos programas de melhoramento. Segundo Rafael Zeni, Gerente de Pesquisa na companhia, “isso contribui para uma maior assertividade nos processos de avanço e caracterização de novas linhagens”.
Zeni comenta ainda que “os drones auxiliam também nas operações de pulverização dos experimentos com precisão georreferenciada, sem causar a compactação do solo por movimentação terrestre, o que permite o melhor desenvolvimento das plantas e ainda reduz a exposição humana com produtos como inseticidas, fungicidas e herbicidas”.
O especialista diz ainda que a TMG está investindo também em testes com robôs autônomos capazes de registrar e apontar características importantes para os estudos de fenômica.
“Esses robôs irão acompanhar o crescimento das plantas no campo, o que deve ampliar ainda mais a agilidade na coleta e processamento de imagens e dados importantes para a tomada de decisão no melhoramento genético”, destaca.
Além do olhar humano
Zeni conta ainda que a companhia está avançando no uso da tecnologia de fenotipagem de alto rendimento para captar informações além do alcance do olhar humano.
“Atualmente, estamos construindo parcerias com fornecedores que fazem uso de câmeras multiespectrais e desenvolvem algoritmos que podem revelar informações imperceptíveis aos nossos olhos. Essas características podem inclusive estar diretamente ligadas à produtividade, o que nos permite vislumbrar um futuro com identificação antecipada de cultivares com teto de produção cada vez mais elevado. Podemos também aprimorar nosso entendimento das necessidades específicas de cada produto, considerando as variações edafoclimáticas e a interação genótipo/ ambiente”.
A TMG possui 14 bases de pesquisa em melhoramento genético, distribuídas por seis estados nas principais regiões produtoras brasileiras, onde são realizados ensaios e experimentos de campo. A companhia busca expandir continuamente os investimentos em transformação digital. Com um laboratório de biotecnologia capaz de realizar mais de 25 mil análises genéticas por dia e cerca de 40 milhões por ano, a empresa complementa o trabalho dos especialistas em melhoramento genético que atuam no time de P&D e nas 35 casas de vegetação em Cambé (PR) e Rondonópolis (MT).