A terminologia “macro” e “micro” nutrientes não se refere ao tamanho ou importância dos elementos essenciais, sendo empregada apenas para diferenciar a concentração requerida dentro de tecidos e órgãos das plantas, onde micronutrientes são requeridos em menores quantidades.
Entretanto, apesar da utilização de micronutrientes na cultura da soja ser uma realidade no cenário atual de produção brasileiro, não é incomum encontrarmos carência de entendimento e sua subutilização nas práticas agrícolas. Normalmente lembrado na abordagem da “Lei do Mínimo” de Liebig, que demonstra como a produtividade é limitada pelo nutriente em menor disponibilidade, de modo geral o equilíbrio nutricional perde força no manejo e, se tratando de micronutrientes, ainda é afetado por interações que favorecem sua deficiência, como podemos observar na tabela abaixo.
Avaliando primeiramente suas funções, percebemos que os micronutrientes são fundamentais para o crescimento e o desenvolvimento das plantas, agindo como constituintes das paredes e membranas celulares (B, Zn), formadores de enzimas (Co, Fe, Mn, Cu, Ni), ativadores de enzimas (Mn, Zn) e na fotossíntese (Fe, Cu, Mn, Cl) (KIRKBY, 2007). A campo, para termos acesso a seus benefícios, se nos atentarmos exclusivamente ao teor apresentado na análise da fertilidade do solo, podemos esquecer como as interações com calagem, matéria orgânica, adubação fosfatada e pluviosidade podem afetar a disponibilidade dos micronutrientes, logo, além de influenciar processos como fixação biológica de nitrogênio, eficiência de uso da água, formação de grãos e raízes de forma direta, o que muitas vezes passa despercebido é que indiretamente sua falta acaba reduzindo a eficiência de uso de macronutrientes, aumentando a importância de seu adequado fornecimento a cultura.
Como opções de manejo, a correção via solo é uma ferramenta amplamente aceita, especialmente para solos com baixos teores naturais como os do Cerrado. Aplicações foliares também podem contribuir para melhoria do fornecimento de micronutrientes, permitindo conciliar o momento de aplicação com a máxima necessidade da cultura. Entre os tratamentos usuais via semente nota-se o aumento no uso de níquel, com ganhos na grandeza de 22% na fixação biológica de nitrogênio, uma forma de maximizar a produção e otimizar os custos.
Eng. Agr. M.Sc. Gabriel Schaich
Gerente Técnico e de Desenvolvimento | Sul Brasil – Produquímica HANSEL, F. D.; OLIVEIRA, M. L. Importância dos micronutrientes na cultura da soja no Brasil. Informações Agronômicas – IPNI, v. 153, 2016. KIRKBY, E. A.; RÖMHELD, V. Micronutrientes na fisiologia de plantas: funções, absorção e mobilidade funções, absorção e mobilidade. Informações Agronômicas – IPNI, v. 118, 2007. RESENDE, V. de R. Adubação com micronutrientes no Cerrado. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 43 p. 2003. (Documentos, 80)