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O desafio silencioso na produção animal: estresse calórico

O desafio silencioso na produção animal: estresse calórico

Nas últimas semanas, o Brasil tem enfrentado um calor intenso, com elevadas temperaturas que impactam diversos setores, incluindo a avicultura. As criações de frangos estão sujeitas a sofrer fortemente com as mudanças climáticas, principalmente devido ao estresse calórico.

Pesquisas mostram que frangos adultos são extremamente sensíveis a temperaturas acima de 38°C e apresentam elevada mortalidade nessas condições. O estresse por calor é responsável por grandes perdas na performance produtiva das aves, resultando em diminuição do peso corporal e aumento da taxa de mortalidade. Adicionalmente, é importante ressaltar que as aves atingem seu máximo desenvolvimento em temperaturas médias entre 18 e 20°C, com a temperatura média da superfície da pele ao redor de 33ºC e temperatura interna de 41ºC (Tordin, 2015).

Diante desse cenário, soluções para mitigar os impactos do estresse calórico se tornam essenciais para preservar a produção avícola. Apesar de ser essencial adequações nas instalações para que os animais estejam sempre o mais próximo possível do conforto térmico, há alternativas nutricionais que podem auxiliar. Sabemos que adequações em infraestrutura nem sempre são possíveis e nem rápidas como precisamos. Além do estresse térmico, os animais passam por outros tipos de estresse como densidade, sanidade, troca de ração, etc.

Uma alternativa nutricional que tem se demonstrado eficiente é o uso do cromo (Cr), um micromineral capaz de auxiliar aves sob estresse na redução do nível de corticosterona. O estresse promove o aumento da corticosterona (hormônio do estresse em aves), que tem efeito antagônico a insulina. A suplementação com Cr promove a redução do nível de corticosterona sanguíneo (Lester, 2018). Além disso, o Cr é componente do fator de tolerância a insulina (GTF), e assim, tem a capacidade de potencializar a ação da insulina nas células (Schwarz e Mertz, 1959). Portanto, o Cr está envolvido no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios e consequentemente é uma ferramenta importante para disponibilizar mais energia para produção em momentos de desafios de estresse calórico.

No momento da escolha da fonte de cromo a ser utilizada na produção, é essencial que fatores de segurança sejam levados em consideração. O Cromo pode ser encontrado na natureza em diferentes estados de oxidação. Os dois principais são os Cromo trivalente (Cr3+) e o Cromo hexavalente (Cr6+).

“O Cr3+ é a forma mais estável e segura do mineral e é um elemento essencial na dieta. Já o Cr6+ é altamente instável, afetando sistemas gastrointestinal e neurológico, provocando queimaduras na pele, além de ser reconhecidamente carcinogênico por inalação por humanos pela EPA (U.S. Environmental Protection Agency)”, explicou Gisele Neri, gerente de produtos da Kemin.

A Kemin tem em seu portfólio o KemTRACE™ Cromo, um propionato de cromo pronto para uso, seguro, de qualidade e de alta biodisponibilidade, com eficácia comprovada em diversas espécies animais em mais de uma centena de trabalhos científicos e testes a campo.

“Nosso produto foi a primeira fonte de cromo aprovada pelo FDA (Food and Drug Administration) nos Estados Unidos para uso em aves. É um nutriente mineral essencial que demonstrou ser eficaz na redução dos efeitos negativos de diferentes tipos de estresse em animais”, destacou Neri.

Um estudo com frangos de corte sob estresse térmico demonstrou que a suplementação de 200 ppb de KemTRACE™ Cromo promoveu a redução de 2,24% na mortalidade total, melhoria de 3 pontos na conversão alimentar, e o aumento de 1,48%no rendimento de carcaça e 41 g a mais no peso do peito em relação ao grupo controle (Lester, 2018).

A suplementação de 200 ppb de KemTRACE™ Cr em poedeiras comerciais de 55 a 70 semanas promoveu o aumento de 4% na produção de ovos, aumento de 12% na resistência da casca, redução de 0,25 pontos na CA (kg/dz) e redução de 1% na umidade das excretas em relação ao grupo controle (Sousa et al. 2021).

Além de utilizar as ferramentas desenvolvidas pela ciência, é fundamental que os avicultores estejam atentos às previsões climáticas e adotem medidas preventivas para garantir o bem-estar das aves em condições de estresse calórico. A instalação de sistemas de ventilação e resfriamento do ar nos aviários é essencial para enfrentar as temperaturas elevadas em diversas estações do ano, especialmente em anos afetados por condições como o El Niño.

“As mudanças climáticas representam um desafio para a avicultura, mas é possível mitigar seus impactos e investir em ciência comprovada e tecnologias inovadoras e eficientes, preservar a produção animal e garantir a qualidade e segurança dos alimentos consumidos e a rentabilidade. Afinal de contas, sabemos quanto custa para o produtor um aumento repentino de mortalidade durante uma onda de calor”, finaliza Neri.

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