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Controle biológico para o manejo de doenças de solo

Controle biológico para o manejo de doenças de solo

A busca por altas produtividades vem fazendo com que os produtores gaúchos realizem cada vez mais investimentos em suas lavouras, sendo que estes vão desde o conhecimento técnico, equipamentos, maquinários e insumos de alta performance, levando ao pé da letra o conceito de agricultura intensiva.

Entretanto, muitas vezes esses investimentos acabam sendo perdidos ou pouco aproveitados pelas plantas, pois alguns inimigos ocultos não são perceptíveis facilmente, atrasando seu controle que acaba ficando para o ano seguinte.

A exemplo disso podem ser destacados os nematoides e fungos fitopatogênicos presentes no solo.

Dentre os fungos fitopatogênicos comumente encontrados no solo destacam-se as seguintes espécies: Rhizoctonia solani (Morte súbita e Mela da parte aérea), Fusarium sp. (Podridão vermelha da raiz), Macrophomina phaseolina (Podridão de carvão), Sclerotinea sclerotiorum (Mofo branco) e Phytophthora sojae (Podridão radicular de Fitoftora).

Esses patógenos se desenvolvem em sua grande parte sob condições ambientais de alta umidade, temperaturas variando entre 15 e 25° C, habitando qualquer tipo de solo e podem ser propagados pela água, vento, maquinários ou até mesmo via sementes.

Existem diferentes práticas de manejo que podem auxiliar e servir de ferramenta para o produtor no combate a estas doenças, como por exemplo, a utilização de sementes sadias e tratadas, a limpeza de maquinário, a descompactação do solo, os materiais genéticos resistentes ou de menor suscetibilidade, o espaçamento e população adequados, a rotação de cultura, o controle químico e o controle biológico.

Dentro dessas ferramentas, o controle biológico vem se tornando uma alternativa eficiente e viável que cada vez mais vem ganhando adeptos no território nacional. Já utilizado há muitas décadas nos continentes Europeu e Asiático, o controle biológico vem sendo considerado atualmente como uma das linhas que compõem a “agricultura 4.0” , ou seja, de alta tecnologia.

Essa ferramenta vem se demonstrando eficiente de tal forma que sua utilização cresce em média 20% ao ano no Brasil, enquanto o uso de defensivos químicos tem um crescimento histórico de apenas 3%.

Atualmente a pesquisa pública e privada vem desenvolvendo excelentes tecnologias formuladas a base de fungos, vírus e bactérias para o controle de uma ampla gama de patógenos que atacam as mais diferentes culturas.

No caso do controle de fungos fitopatogênicos de solo pode ser destacada a utilização do fungo benéfico Trichoderma harzianum.

O T. harzianum é um fungo benéfico que pode ser empregado no tratamento de sementes, aplicado no sulco de semeadura – via pulverização ou até mesmo ser aplicado via pivô.

Quando utilizado, o T. harzianum coloniza o solo, bem como as raízes das plantas, iniciando uma cadeia de mecanismos de ação que irão trazer vários benefícios, como estímulos hormonais que promovem o maior crescimento/desenvolvimento da planta; solubilização de alguns elementos não lábeis presentes no solo; proteção da planta pela ação indireta através da indução de resistência sistêmica e ação direta pelos mecanismos de competição; antibiose; e micoparasitismo de fungos fitopatogênicos de solo.

Assim, o uso de T. hazianum pode ser considerado como uma alternativa viável para o combate das mais diferentes doenças de plantas presentes no solo, sendo indicado por alguns pesquisadores como indispensável no manejo das principais espécies de plantas cultivadas no Brasil.

Dr. Artur S. P. Junior

Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Simbiose Agro

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