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Setor de inoculantes biológicos cresce na média 16,4% ao ano e fatura R$ 441 milhões em 2023

Setor de inoculantes biológicos cresce na média 16,4% ao ano e fatura R$ 441 milhões em 2023

Números, que compilam dados de associados da ANPII, mostram expressividade do setor no Brasil, que é o país que mais utiliza esse tipo de tecnologia no mundo

Dados da Associação Nacional de Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII) mostram que o setor de inoculantes biológicos no Brasil é bastante expressivo e segue em crescimento ano após ano. O setor faturou R$ 441 milhões em 2023, com crescimento médio de 16,4% ao ano, ao considerar o período de 2020 à 2023, acumulando um crescimento de 50,3% em 4 anos. Para 2024, a estimativa de crescimento é ainda maior, chegado a 17,3% em relação ao período anterior.

E o que faz o setor de insumos biológicos ser tão promissor? Uma união de fatores, que fazem inclusive do Brasil o país que mais utiliza biológicos no mundo, sendo líder global na utilização desse tipo de tecnologia sustentável. “Há atualmente uma preocupação muito grande com a sustentabilidade e também com uma alimentação mais saudável. Esses produtos impactam menos o meio ambiente, ao passo que fornecem a mesma qualidade que tínhamos antigamente com produtos químicos, só que de forma muito menos agressiva. Estima-se que, até 2029, o país alcançará uma impressionante participação de 59% no market share de vendas desses produtos dentro da América Latina. O crescimento é ainda mais notável quando comparado ao mercado convencional, com o setor de produtos biológicos expandindo-se duas vezes mais rapidamente, e no Brasil, quatro vezes mais rápido”, conta Larissa Simon, Assessora Executiva da ANPII.

Os números, positivos, ainda mostram que, em 2023, foram aplicadas 141 milhões de doses apenas de inoculantes biológicos, um crescimento de 1,2% em relação ao ano anterior, mas que no acumulado de 4 anos representou cerca de 42 milhões de doses adicionais aplicadas na agricultura no Brasil, demontrando que mesmo para produtos já consolidados, como o Bradyrhizobium, responsável pelo fornecimento de nitrogênio para a cultura da soja, houve crescimento, trazido pelo aumento da dose média aplicada por hectare na cultura e novos modos de aplicação, como via sulco de plantio, que traz mais flexibilidade e praticidade ao processo de utilização nas lavouras.

A “bactéria do bem” Bradyrhizobium lidera o ranking de entregas, com 57% do valor do mercado, seguido pelo Azospirillum (33%) e Pseudomonas (5%). A cultura mais relevante na utilização é soja, com 77%, mas culturas como milho e cana seguem crescendo na utilização de BioInoculantes, apresentando 16% e 2% no valor total de vendas em 2023, respectivamente.

“Há uma liderança na soja, mas é questão de tempo para que as outras culturas sejam mais relevantes e tenham maior adesão para esse tipo de produto. Não é apenas sobre usar insumos biológicos e tirar o químico, mas utilizar em conjunto. Estamos vivenciando uma transição significativa para sistemas agrícolas mais sustentáveis no Brasil. O futuro reside na integração eficaz das tecnologias disponíveis, criando um equilíbrio entre práticas tradicionais e inovações modernas”, continua Larissa.

Inteligência de Mercado

Os dados foram apresentados durante o 1° Workshop de Inteligência de Mercado, que ocorreu em Campinas (SP), e contou com a presença de representantes do Ministério da Agricultura e da Embrapa, além de representantes de 24 empresas do setor de biológicos associadas à ANPII. Juntos, todos integram o que o Conselheiro Fundador da ANPII, Solon Cordeiro de Araújo, chama de “Tríplice Hélice”.

“É a sinergia entre governo, universidades e indústria para promover o desenvolvimento por meio da inovação e do empreendedorismo”, explica.

Sem essa sinergia, ele diz que o setor não teria se desenvolvido tanto ao longo dos anos, com a presença da ANPII sendo de extrema importância no cenário.

“Já são 34 anos de história e fomos a primeira entidade do Brasil a representar empresas do ramo de biológicos para agricultura”, continua Solon.

A realização do evento veio junto com a ampliação do escopo da ANPII, que a partir deste ano integrará não apenas apenas empresas da área de inoculantes, mas também defensivos biológicos. A mudança se deu após estudos e consultas junto à indústria de biológicos, com aprovação pelos associados por meio de Assembleia Geral no último mês de dezembro. Dessa forma, a associação se alinhou à dinâmica natural do mercado, observando que a maioria das indústrias possui expertise tanto em inoculação quanto no uso de defensivos biológicos – essa segunda categoria, no entanto, carecia de uma representação mais expressiva e especializada.

Apesar do crescimento, o setor enfrenta desafios, como a necessidade contínua de pesquisa e desenvolvimento, padronização de regulamentações e conscientização sobre os benefícios dos bioinsumos. Mas, em todos os casos, o cenário é positivo.

“Para mim, o mais impactante é que esses dados apresentados no workshop podem ser ainda maiores do que a gente espera. O setor é muito promissor e deve crescer cada vez mais”, finaliza a Assessora Executiva.

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