Por se alimentarem das vagens, atingem na parte interna delas os grãos, afetando seriamente a produtividade, a qualidade fisiológica e sanitária da semente. O prejuízo com percevejos na cultura da soja vem se elevando a cada safra em função do aumento demasiado das populações, descuido com o monitoramento preciso da praga e aplicações de produtos inadequados que favorecem o desequilíbrio e o reaparecimento de forma mais rápida deste inimigo tão nocivo.
Esta praga sugadora pode iniciar a colonização das plantas de soja já no final do período vegetativo. Sendo que, a partir do aparecimento das primeiras vagens, podemos observar o aumento das populações de percevejos, podendo estes níveis se elevarem entre o final da formação das vagens e início do enchimento das sementes, período em que a soja é mais sensível ao ataque desses insetos.
Quando tratamos de cultivos de soja destinados a produção de sementes os prejuízos originados pelos percevejos devem ser os menores possíveis. Nessas lavouras, os níveis para a tomada de decisão de controle são reduzidos pela metade em relação às de produção de grãos destinados a indústria. A falta de cuidado no combate a esta praga pode levar a danos muito significativos, pois as lesões geradas pela “picada” do inseto afetam diretamente a germinação e o vigor das sementes.
A visualização dos percevejos nas lavouras de soja muitas vezes pode passar despercebida em função desses insetos buscarem locais mais frescos dentro da cultura nas horas mais quentes do dia. Também, por serem pragas que se alimentam diretamente das sementes de soja, seus danos, embora sérios, não são facilmente perceptíveis durante o desenvolvimento da cultura e os problemas, muitas vezes, tornam-se críticos no momento em que o produtor vai colher a sua lavoura.
Portanto, é fundamental a adoção das táticas de manejo integrado, evitando populações e ambientes desequilibrados e maiores prejuízos aos campos de produção. Os cuidados com o percevejo devem iniciar desde cedo nas lavouras e com ênfase nos estádios R3 ao R6, períodos críticos de ataque. Durante o monitoramento, quando o destino da soja for para obtenção de sementes, o nível do inseto considerado seguro pela pesquisa não pode ultrapassar um percevejo/m no pano de batida. Desta forma, e observando a todas estas recomendações, o produtor conseguirá alcançar o sucesso no seu cultivo e ainda obter sementes de alta qualidade.
Maurício De Bortoli – Engenheiro Agrônomo
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