A expansão do sistema de diversificação no País viabilizou altas produtividades para a soja, defende pesquisador
Os desafios técnicos e as oportunidades para aprimorar o já tão consolidado sistema produtivo soja/milho segunda safra no Brasil foram apresentados pelo pesquisador Henrique Debiasi, da Embrapa Soja (Londrina-PR), durante o XXXIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo.
A expansão do sistema no País viabilizou altas produtividades para a soja. Segundo dados da Fundação Mato Grosso, de 29 sacas por hectare na safra 2014/2015, quando somente a leguminosa era cultivada, sem uma cultura sucessora, o milho segunda safra possibilitou o aumento da produtividade da soja em 100%, com 58 sacas por hectare.
“Os avanços tecnológicos associados à expansão do sistema são resultados de investimento em pesquisa, tanto pública quanto privada”, reforça Debiasi.
Nessa vertente, segundo ele, estão o sistema plantio direto, o desenvolvimento de cultivares de soja de ciclo curto e adaptadas à antecipação da semeadura, híbridos de milho mais precoces e mais adaptados à semeadura na segunda safra, a adaptação das práticas de cultivo do cereal para essa época, o sinergismo entre as culturas (leguminosa e gramínea) e a mecanização agrícola.
No entanto, o uso contínuo do mesmo sistema produtivo já tem apresentado desafios ao produtor.
“A degradação física do solo, plantas daninhas de difícil controle e o aumento dos danos associados a doenças, como os nematoides, são algumas das consequências da adoção e repetição de um sistema ao longo dos anos”, pondera.
Uma das soluções, segundo o pesquisador, é a diversificação de culturas.
“O sistema soja/milho segunda safra revolucionou a agricultura brasileira. Hoje, o grande desafio é aumentar a diversidade biológica e o aporte de palha e raízes, com especial atenção ao balanço de nutrientes”, reforça.
Entre as possíveis soluções apontadas pelo pesquisador estão a seleção, para a segunda safra, de culturas como sorgo, trigo, milheto, aveia, centeio, braquiárias e forrageiras do gênero Panicum, entre outras.
“Essas culturas podem ser introduzidas em partes da área nos sucessivos anos agrícolas, nos períodos de segunda safra, melhorando a saúde do solo e trazendo ainda mais rentabilidade ao produtor”, afirma.
De acordo com ele, a diversificação de culturas, com diferentes sucessões, e a rotação de culturas são práticas que permitem ganhos consistentes e comprovados para o produtor.
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