A pera é a terceira fruta de clima temperado mais consumida no país e a importada em maior quantidade. Representa a maior percentagem no total dos frutos in natura importados pelo Brasil (54,8% da quantidade e 49,6% do valor).
Apenas 10% das peras que consumimos são brasileiras, o restante é importado principalmente da Argentina, de Portugal e do Chile.
Os dados produtivos mais atualizados são do ano de 2017. De acordo com a Organização das Nações Unidas (FAO)
Em 2017 a produção brasileira foi de 22.108 toneladas, sendo maior do que a do ano anterior (14.905 toneladas). De acordo com o IBGE a área cultivada com pereiras em 2017, no Brasil, foi de 1305 ha.
Pericultura
A limitação da pericultura está relacionada diretamente à baixa expressão de área cultivada, baixa produtividade, produção e valor de venda.
Reflexos do desconhecimento de manejos adequados para as práticas de poda, condução, polinização, uso de porta-enxertos adaptados, entre outros.
Estudos relacionados a Pericultura
É nessa parte desafiadora, que a Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) entra. O Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) da universidade, em Lages/SC, tem apresentado resultados interessantes e que têm facilitado a vida do Produtor Rural.
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Experimentos científicos instalados nas dependências do campus e em fruticultores parceiros nos três estados do Sul são conduzidos e avaliados pelo Grupo de Fruticultura da instituição.
Manejos hídricos, nutrição, polinização, reguladores de crescimento, sistemas de condução e porta-enxertos são testados em algumas variedades de pereiras, como ‘Rocha’, ‘Santa Maria’, ‘Packhams Triumph’ e ‘Abbè Fétel’.
Espécies de Pereiras
A pereira é mundialmente cultivada sobre porta-enxertos, tanto na mesma espécie (Pyrus communis) quanto de outras espécies de pereira, como Pyrus calleryana, e até de marmeleiros (Cydonia oblonga).
O porta-enxerto CAV 3, de P. communis, criado pelos pesquisadores da universidade já está sendo micropragado e testado para uso comercial.
Essas combinações de porta-enxerto e cultivar copa de interesse comercial é muito benéfica mas apresenta algumas limitações quanto à compatibilidade de enxertia e manejo correto da poda.
Outra característica interessante desta frutífera é o fato da auto-incompatibilidade na polinização, ou seja, a maior parte das cultivares de pereira não aceita o próprio pólen, necessitando de uma segunda cultivar compatível para que ocorra a fecundação e a formação natural das frutas.
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Reguladores químicos de crescimento também têm sido usados para promoção de frutos partenocárpicos, que se formam mesmo sem possuírem sementes.
Todos esses manejos especializados e desafios fisiológicos, visando a máxima produtividade e rendimento, são trabalho perene do Grupo de Fruticultura do CAV-UDESC, coordenados pelos Eng. Agrônomos mestrandos Augusto José Posser e Augusto Schütz Ferreira, realizados em conjunto com graduandos de Iniciação Científica e orientados pelos Professores Leo Rufato, Antônio Fagherazzi, Francine Nerbas e Aike Kretzschmmar.
Autores: Augusto José Posser, Antonio Fagherazzi e Leo Rufato.