A eleição de Jair Messias Bolsonaro (PSL) para o cargo de presidente da República deve resultar em mudanças significativas para o agronegócio brasileiro. Essa é a opinião do economista Gustavo Grisa, sócio da empresa de impact business Agência Futuro, voltada à inovação pública e responsabilidade empresarial. Segundo ele, esse cenário é o preferido por grande parte dos produtores rurais do País.
“Mesmo que Bolsonaro não fosse o candidato de preferência dos maiores grupos empresariais ou do complexo agro/financeiro/industrial no primeiro turno, ele sempre foi muito forte entre os produtores, individualmente e associativamente, e conseguiu uma adesão em massa no meio agrícola e rural que vários candidatos tentaram, mas não conseguiram. No segundo turno, com Haddad como adversário, a adesão do setor foi quase unânime”, afirma.
No entanto, o especialista afirma que, mesmo com um clima favorável dentro do agronegócio, será necessário um período de transição para que as lideranças do setor e a equipe do presidente recém-eleito consigam entrar em um consenso sobre as necessidades do agronegócio. Nesse cenário, ele alerta para uma possível decepção que pode haver caso Bolsonaro não consiga pôr em prática todas as suas promessas de campanha, e para a necessidade de escolher uma boa equipe de gestão.
“Porém há um grande espaço de avanços represados e que no novo arranjo político podem avançar: a modernização do sistema regulatório e de apoio, avanços na questão de legislação ambiental e a conciliação entre sustentabilidade e produção, e o apoio logístico ao agronegócio, desentravando projetos de infraestrutura importantes em várias regiões”, comenta.
Para Grisa, o maior ganho do setor com a vitória de Bolsonaro e a nova configuração do Congresso é o aumento do peso político e de influência, do agronegócio nos rumos do País. “Agora caberá às lideranças setoriais e empresariais construir com o governo Bolsonaro uma agenda que realmente atenda aos interesses de competitividade do setor e a um projeto equilibrado de retomada econômica do País”, finaliza.
Por: AGROLINK -Leonardo Gottems