Parlamentares do agro prometeram derrubar a medida no plenário da Comissão, bancada é uma das maiores e mais unidas do Congresso
O novo texto da reforma da Previdência, apresentado na terça-feira, 2, na Comissão Especial da Câmara, veio com uma surpresa para produtores rurais.
Isso porque o relator Samuel Moreira (PSDB-SP) resolveu incluir na conta, uma receita adicional de R$ 83,9 bilhões com o fim da isenção previdenciária das exportações agrícolas.
A economia esperada com o projeto em dez anos subiu de R$ 913,5 bilhões para R$ 1,071 trilhão. Os parlamentares do agronegócio pressionavam para que esse item fosse retirado do projeto.
Veja mais sobre a Frente Parlamentar
Lideranças da Câmara, no entanto, reclamaram de “pontas soltas” no texto. Segundo os parlamentares, o relator não acatou alguns pedidos e, por isso, querem agora mais tempo para avaliar a nova versão.
A insatisfação poderá atrasar a votação da reforma na Comissão e deixar essa conclusão apenas para semana que vem. Se isso ocorrer, irá atrasar o calendário previsto pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que queria concluir os trabalhos na Comissão até esta sexta-feira, dia 5, para garantir a votação no plenário antes do recesso parlamentar, em 18 de julho.
A volta das cobranças de contribuições previdenciárias sobre exportações agrícolas, apesar de toda a pressão contrária de parlamentares, estava prevista na proposta original enviada pelo governo e na primeira versão do parecer lida por Moreira. Apesar disso, não havia sido incluída na previsão de economia com a aprovação da reforma.
Dessa forma, a elevação da economia para o número de R$ 1 trilhão prometido pelo ministro Paulo Guedes, não foi resultado de um aperto nas regras da reforma na nova versão do texto apresentada na terça-feira. O número, porém, agrada Guedes, que vem cobrando esse piso para a reforma.
O relator mudou os parágrafos que tratavam do assunto de lugar no texto, o que causou confusão e levou ruralistas a comemorarem o que haviam interpretado como manutenção da isenção.
Quando perceberam o erro, se sentiram traídos pelo relator. Eles prometem derrubar a medida no plenário da Comissão, onde têm a força de uma das maiores e mais unidas bancadas do Congresso.
Acesse e receba a sua Revista Agrocampo online
2 Comments