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Dieta Alto Grão: Alternativa na terminação de bovinos

Dieta Alto Grão: Alternativa na terminação de bovinos

Dieta Alto Grão: Alternativa na terminação de bovinos

São muitas as alternativas para intensificar os sistemas pecuários visando aumento de produtividade. Na terminação, o confinamento vem crescendo muito nos últimos tempos, dado o aumento de tecnologias na produção de grãos e às vantagens da produção de carne de qualidade. No Rio Grande do Sul tem sido uma ferramenta muito usada de forma estratégica e vêm-se observando respostas bastante satisfatórias, principalmente em sistemas de Integração Lavoura-Pecuária.

A liberação de áreas de pastagens para uso com outras categorias, a possibilidade de terminação de animais em períodos de entressafra, a redução no tempo de terminação e a consequente qualidade da carne são vantagens que o confinamento pode proporcionar.

Porém, como qualquer tecnologia que exige alto investimento, deverá ser avaliada e acompanhada dentro da propriedade para a garantia de eficiência técnica e econômica do sistema.

Por que é importante fazer a suplementação de bovinos?

O confinamento sem o uso de volumosos, chamado “alto ou puro grão”, pode ser grande alternativa a produtores que dispõem de pouca área ou necessitam liberar áreas para lavouras de verão e/ou inverno.  O confinamento alto grão é uma linha de pesquisa estudada há alguns anos na Área de Produção Animal da Unicruz.

Muitos estudos sobre uso dessa ferramenta têm sido conduzidos na universidade com objetivo de avaliar técnica e economicamente o uso dos grãos de milho, aveia branca e cevada no sistema. O estudo apresentado na Tabela 1 mostra o resultado da terminação de novilhos Angus, de 18 meses de idade confinados durante 75 dias com dieta a base de grão de milho e cevada, na proporção de 85% de grão e 15% de núcleo protéico-mineral.

Ambas as dietas proporcionaram bons resultados e a escolha do grão a ser utilizado depende da disponibilidade na propriedade e/ou custo para aquisição. Os novilhos foram abatidos com peso médio de 420kg e o consumo variou entre 2,37 e 2,52% do peso corpóreo, destacando-se a boa conversão alimentar, explicada pelo tipo de dieta e a idade dos animais. A avaliação econômica apresentada refere-se a diferença da receita bruta (nov/dia) e custo de alimentação (nov/dia), o qual pode representar em torno de 70 a 80% do custo total nesse tipo de sistema.

A dieta utilizada deverá proporcionar altos ganhos de peso, eficiência alimentar e rápida deposição de gordura. Tais fatores, diretamente relacionados ao tempo de permanência dos animais em confinamento, se refletem na eficiência de transformar alimento em ganho de peso.

Para isto, é indispensável um rigoroso monitoramento do sistema desde a adaptação, observação do comportamento dos animais no cocho, passando pela qualidade dieta e investimento financeiro, o qual deverá estar alicerçado em informações técnicas, para que a tomada de decisão promova a máxima eficiência econômica do uso dessa tecnologia.

Neste cenário de integração da pecuária com a agricultura e a conjuntura atual de preço do boi, os estudos conduzidos evidenciam a possibilidade de colheita de resultados muito positivos. Cabe aos envolvidos no sistema desafiar preconceitos, a fim diversificar e melhorar a matriz produtiva regional.

Autores:

Daniele Furian Araldi: Zootecnista, Mestre em Produção Animal, Docente dos Cursos de Medicina Veterinária, Agronomia e Mestrado Profissional em Desenvolvimento Rural – Área de Produção Animal da Universidade de Cruz Alta. 

Lucas Carvalho Siqueira: Médico Veterinário, Doutor em Fisiopatologia da Reprodução, Docente dos cursos de Medicina Veterinária e Mestrado Profissional em Desenvolvimento Rural – Área de Produção Animal da Universidade de Cruz Alta.

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