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Tecnologia da Informação a serviço do produtor

Tecnologia da Informação a serviço do produtor

Tecnologia da Informação a serviço do produtor

Na era do 4.0 os nossos olhares estão voltados para as telas de computadores e/ou smartphones (estes sim em tempo integral), de onde saltam quase que em tempo real números, imagens, gráficos e previsões aproximando os mais distantes rincões sobre os acontecimentos no mundo, instantaneamente.

Isso tudo é muito recente, mas já define a velocidade das transformações importantes, onde a tecnologia que parecia um “algo mais”, hoje define processos, modelos e direcionamentos dos negócios dentro de cada propriedade. Como diz o CEO da OurCrowd (maior plataforma do mundo para investidores em startups), Jon Medvet: “Não importa em que setor estejamos, nosso negócio vai mudar no próximo ano”.

O radar AGTECH 2019 faz um mapeamento das startups do setor agro do Brasil e apresenta um crescimento assustador de 332% no número de iniciativas (1.125 em 2019 contra 338 de 2018, onde este mercado já representava mais de 80 milhões de dólares de aporte). Destas, 35% (397 startups) são focadas em soluções para dentro da porteira, ou seja, a quantidade de informações e ferramentas que devem surgir no curto prazo impressiona.

Mas o que fará realmente parte do nosso dia a dia? Quais as soluções serão realmente incorporadas? Estas respostas somente o tempo dirá, porém coloca sob nossa responsabilidade técnica colaborar com este processo, estando constantemente atualizados e fundamentalmente: saber posicionar o que realmente contribui no processo produtivo específico dentro de cada propriedade.

Como diz o Dr. Beskow: “trabalhar com produção de leite é principalmente trabalhar com os sentimentos dos produtores” – o que no caso do RS diz respeito a milhares de famílias envolvidas na atividade. Saber então, quais são as dores e angústias dos produtores é a primeira etapa do processo evolutivo, pois nossos anseios técnicos inúmeras vezes são conflitantes com os anseios dos produtores. A entrada das tecnologias pode melhorar o processo produtivo, elevando a eficiência de processos, melhorando o monitorando de etapas, gerando dados e indicadores, mapeando gargalos e evidenciando oportunidades, mas isso tudo somente será incorporado quando trouxer melhoria na qualidade de vida das pessoas e incremento de renda para as famílias. Este é o ponto.

Tecnologia no campo: por que a pesquisa é fundamental para o setor

Incorporar tecnologias por considerá-las tecnicamente viáveis e/ou necessárias é um erro clássico de diagnóstico porque o resultado desta deve ser diretamente ligado aos benefícios financeiros e/ou principalmente para as pessoas. Além disso, de soluções para os problemas técnicos, mas que geram outros problemas operacionais o campo está cheio.

Assim, podemos escrever na pedra: as tecnologias do futuro são as de abrangência sistêmica: essas serão fundamentais na evolução e adaptação das propriedades na nova era, contanto que venham a moldar o meio em benefício do produtor (ou do técnico).

Moldar o meio, criando ferramentas e automatizando processos é um caminho sem volta e que vem ocorrendo rapidamente. Cabe a nós, técnicos, facilitarmos a entrada deste novo tempo nas propriedades, pois os sensores, os robôs, a comunicação entre equipamentos, os algoritmos e o acúmulo de dados serão propulsores do sucesso das atividades agropecuárias e, ainda, também serão o fim de um tempo para quem “terceiriza” trabalhos braçais para as máquinas não saberão a importância de migrar este “tempo livre” para a gestão dos processos inseridos na sua propriedade e pautar as tomadas de decisão sobre uma infinidade de dados. Definitivamente, a evolução não é para todos.

 

Luís Otávio da Costa de Lima – Engenheiro Agrônomo – Pesquisa e Difusão de Tecnologias em Produção de Leite – CCGL – Colunista de Tecnologia da Agrocampo.

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