Além de pop e tudo, o agro também é tecnologia. Afinal, não é novidade que cada vez mais o segmento tem aplicado o uso de recursos tecnológicos a fim de consolidar o seu amplo desempenho e participação econômica. E, à medida que 2024 se aproxima, é importante que o setor esteja atento às novas tendências, em busca de aprimorar não só os aspectos operacionais, mas também os de gestão.
É importante enfatizar que a aplicação da tecnologia no agronegócio não contribui apenas para ganhos de produtividade e eficiência, mas também ajuda a consolidar o constante crescimento do setor. Até porque, de acordo com dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o agronegócio representa aproximadamente 30% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Contudo, mesmo vendo toda a evolução que o agro conquistou, ainda assim, o setor possui carências nos aspectos de gestão – sendo essa uma demanda, principalmente, de negócios que possuem origem familiar, os quais não têm embarcados os princípios de boas condutas gerenciais. Além disso, muitos mantém, até hoje, resistência quanto ao uso de recursos tecnológicos, bem como dificuldades em aplicá-los dia a dia.
E, considerando que, atualmente, as organizações estão preparando o planejamento estratégico para 2024, listo aqui cinco tendências que precisam fazer parte desses planos para o próximo ano.
Internet das Coisas (IoT): mesmo essa não sendo uma tecnologia tão nova, a IoT continuará tendo um papel fundamental na produção agrícola. Afinal, sua utilização é crucial para que sejam coletadas informações da lavoura, bem como automatizar atividades processuais, garantindo que os dados adquiridos alimentem toda a base para apoiar na tomada de decisão.
Sensores: o sensoriamento no agronegócio se mantém como um elemento imprescindível no campo, uma vez que realiza análises do solo e vegetação e, com isso, se mostra uma ferramenta excelente no apoio ao combate e controle de pragas que podem impactar a plantação. Dessa forma, é essencial que o setor continue investindo nessa prática, visando utilizar as informações registradas para um melhor conhecimento do plantio.
Inteligência Artificial (IA): sim, a IA continuará sendo um recurso imprescindível nas atividades do campo. Complementando a IoT, a Inteligência Artificial é uma peça fundamental para a extração de informações no campo, além de favorecer uma análise mais assertiva dos registros a fim de traçar a melhor estratégia de produção.
Drones: a utilização de drones se mantém eficaz para um melhor monitoramento do campo. Afinal, o recurso auxilia no controle de umidade, pulverização, quantidade de insumos depositados, entre outros aspectos, uma vez que sua capacidade de registrar imagens favorece para uma maior assertividade e controle.
Big Data: de nada adianta coletar uma gama de dados, sem que sejam organizados e estruturados. Dessa forma, o Big Data é crucial para que, mais do que armazenar, seja facilitado todo o processo de interpretação de dados, para que sejam transformados em informações inteligentes.
Todas as tendências apontadas têm em comum o fato de que, quando aplicadas conjuntamente, ajudam na obtenção de resultados excepcionais em toda a cadeia produtiva, inclusive, no cumprimento das metas do ESG. Afinal, além de contribuírem com os aspectos ambientais, garantem um amplo monitoramento que vai desde no cuidado com a segurança do operário, até mesmo na execução de uma governança eficaz.
E, uma das formas mais efetivas de garantir a aplicação dessas tendências é, sem dúvidas, por meio de um Data Lake. A ferramenta, além de ter a possibilidade de integração com tais tecnologias, também é eficaz na centralização de dados e registros, favorecendo para uma maior agilidade e praticidade para a verificação e consultas.
Certamente, para as empresas agrícolas que ainda não tem enraizada tais práticas no seu processo cultural, aplicar essas tendências pode ser uma tarefa desafiadora. Quanto a isso, contar com o apoio de uma consultoria especializada é um diferencial, uma vez que o time de especialistas irá atuar desde na localização das demandas latentes que a empresa possui, até na execução de um plano de ação, levando em conta a estratégia e compliance.
O agronegócio irá continuar mantendo o seu ritmo de crescimento e desempenho. Desta forma, é primordial que todos os profissionais do ramo, do grande ao médio produtor, tenham embarcados o uso da tecnologia nas suas práticas de gestão. Afinal, podemos dizer que, mais da tecnologia, o agro também é gestão.
Por Márcio Games, gerente sênior de Transformação Digital na delaware, empresa global de tecnologia.