Já está se tornando um dos maiores desafios no manejo de insetos-praga da cultura da soja, muito pelo fato, de não encontrar plantas sem o seu ataque.
De maneira geral, estima-se que seu ataque esteja gerando danos de 10% na produtividade, isto por representar perda de área foliar fotossinteticamente ativa.
Tripes são insetos da Ordem Thysaoptera, com tamanho pequeno e pouco percebidos em baixas populações – ficando evidente sua presença quando em elevadas densidades populacionais, principalmente pelos seus danos em plantas e irritações cutâneas, gerando coceira quando da vistoria em áreas e, quando a vistoria se dá por roupa branca, percebe-se a presença delas sobre o tecido.
Grande parte da dificuldade de manejo está associada à presença na planta. Por concentrando-se nos terços inferiores e medianos em maiores densidades e na superfície inferior das folhas (epiderme abaxial), torna-se dificultosa a chegada de ativos em concentração suficiente para eliminá-las.
Além disso, inseticidas de ação de contato, que não possuem interação com a folha e/ou planta (mobilidade e/ou translaminaridade), embora apresentem controle, tem baixa eficiência quando aplicados no dossel vegetativo, o que gera uma falsa impressão de manejo.
Do estádio R2 em diante, verifica-se nas plantas de soja avaliadas, uma maior intensidade dos danos, perdendo mais de 80% da superfície fotossinteticamente ativa em folhas do baixeiro.
Outra consideração relevante é o seu ciclo relativamente curto, que em torno de 15 dias (dependendo da temperatura ambiente) onde ocorre uma nova geração, em uma perspectiva otimista de 100 novos indivíduos.
Para agravar, a tripes apresenta danos diretos já relatados, mas também a capacidade de ser vetor de fitopatógenos.
Nesse aspecto, duas espécies devem ser destacadas: Caliothrips brasiliensis e Frankliniella schultzei. A preocupação a partir da implantação da cultura da soja está voltada para doenças e intervalos, em muitas situações, o dano de Tripes, já superior ao de doenças.