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Fretes do agro estão entre os mais caros do país, porém não acompanham a alta do diesel

Fretes do agro estão entre os mais caros do país, porém não acompanham a alta do diesel

POR: ASSESSORIA DE IMPRENSA

Fretes do setor ficaram em R$ 1,03 por km rodado por eixo, em fevereiro de 2022, de acordo com o Índice FreteBras de Preço do Frete. Em comparação com o ano passado, a variação é de apenas 0,87%

Com o intuito de apoiar os caminhoneiros após as altas recentes no diesel, a empresa anunciou que vai subsidiar R$ 7 milhões para motoristas que abastecerem em postos de sua rede de parceiros

O Índice FreteBras do Preço do Frete (IFPF) mostra que os valores praticados no setor do agronegócio foram os mais altos registrados em fevereiro de 2022. O valor por quilômetro rodado por eixo alcançou R$ 1,03. Na análise entre janeiro e fevereiro deste ano, o aumento nos fretes neste segmento chegou a 0,66%. Já na comparação com fevereiro de 2021, o aumento foi de 0,87%, ficando bem abaixo da inflação no período. A pequena variação não acompanhou a alta de 41,48% no preço do diesel S500 na bomba, registrado pela ANP.

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O agronegócio é o setor que mais movimenta cargas no país. Milhares de caminhoneiros dependem do transporte de grãos para gerar renda. Porém, a alta do combustível tem pressionado demais os motoristas, que têm tido dificuldades de repassar este custo no preço dos fretes.

“Por causa das altas do valor do diesel, decidimos criar um subsídio de R$ 7 milhões, por meio de uma devolução de 10% sobre o valor do combustível. Ele será disponibilizado para caminhoneiros que abastecerem na nossa rede de postos parceiros, que oferecerão, também, um desconto extra de 5 a 10 centavos por litro. É uma forma de apoiar os caminhoneiros a manterem um pouco de rentabilidade nos fretes rodoviários”, ressalta Bruno Hacad, diretor de Operações da FreteBras.

A campanha anunciada pela FreteBras forma parte de um programa apelidado de “CalculaFrete”, lançado no ano passado, e que tem como objetivo apoiar os caminhoneiros na gestão dos custos do transporte. A empresa afirma que é uma proposta para empoderar ainda mais os motoristas e ajudá-los a organizar seus gastos e manter o lucro das viagens.

Variações climáticas impactam a produção, forçando a mão dos produtores no custo do frete

Os problemas climáticos enfrentados no Brasil neste ano desaceleraram o crescimento do agronegócio. Entre janeiro e fevereiro de 2022, o volume de fretes do agro publicados na plataforma FreteBras aumentou 11%. Historicamente, os primeiros meses do ano registram aumento de fretes acima dos 50% no setor.

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Entretanto, o número de veículos disponíveis para realizar o transporte de cargas foi menor em fevereiro do que em janeiro. Sobre o tema, Hacad comenta que “quando existe um aumento no volume de fretes e uma redução nos veículos disponíveis, a tendência natural é de subir o preço do frete. Porém a pressão por redução de custos causada pelas incertezas climáticas fez com que o preço dos fretes do agro ficasse praticamente estável. A desaceleração no crescimento do agro também forçou a mão dos produtores no custo do transporte”.

Desequilíbrio entre preço do frete e diesel é realidade em todos os setores

Segundo o IFPF, entre fevereiro de 2021 e fevereiro de 2022, o custo do frete rodoviário por quilômetro rodado por eixo, em todo o Brasil, teve um aumento de apenas 1,96%. De janeiro para fevereiro de 2022, também houve um maior aumento do diesel (+1,69%) em relação ao preço do frete, que ficou praticamente estável (+0,23%).

Valor do frete é maior no Sul e Sudeste

Os dados do IFPF mostram que o valor médio do frete por quilômetro por eixo no Brasil é de R$ 1,01, enquanto que o preço do diesel ficou em R$ 5,59. As regiões Sul e Sudeste apresentaram o quilômetro por eixo mais caro em fevereiro (R$ 1,02). Os valores mais baixos foram registrados no Nordeste (R$ 0,99) e Centro-Oeste (R$ 0,97).

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Na comparação entre janeiro e fevereiro de 2022, a maior alta do preço do frete foi registrada no Sul, que alcançou 1,53%. Isso aconteceu por ter sido percebido um aumento mais acelerado no número de fretes do que o volume de caminhões disponíveis. Enquanto que o número de fretes publicados na plataforma subiu 4,69%, o volume de veículos na região caiu 5,51%, levando para cima o valor do frete.

No Centro-Oeste, a alta no preço do frete foi de 0,92%, ficando praticamente estável. Naquela região, a lei de oferta e demanda também se aplica, já que o pequeno aumento de veículos disponíveis na região (0,87%) não acompanhou o crescimento de fretes publicados na plataforma (16,46%).

No Sudeste, o preço do frete ficou praticamente estável, com leve aumento de 0,56%. O impacto das chuvas no período, principalmente em Minas Gerais, fez com que houvesse queda no volume de veículos disponíveis na região (-4,82%), sendo que o número de fretes publicados aumentou 12,17%.

Metodologia

Os dados que compõem o Índice FreteBras de Preço do Frete (IFPF) têm base na análise de mais de 8 milhões de fretes cadastrados até fevereiro de 2022. A plataforma conta com mais de 675 mil caminhoneiros cadastrados e 17 mil empresas assinantes. Os fretes publicados cobrem 95% do território nacional. Foram analisados também os preços de combustíveis publicados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), principal índice de preço de combustíveis no Brasil.

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